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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-estar <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />

dispõe e a vasta gama de prioridades competitivas, deve ter-se o maior cuidado <strong>em</strong> d<strong>em</strong>arcar<br />

b<strong>em</strong> o alcance dessa actividade. A finalidade deste capítulo, portanto, é documentar as<br />

mudanças ocorridas neste importante programa, no decorrer dos anos, a fim de fornecer<br />

el<strong>em</strong>entos sobre a forma como o Governo pode estruturar esse programa de modo a ser mais<br />

eficaz dentro do contexto da sua estratégia de combate à pobreza. Com base na experiência<br />

relativamente nova do GAPVU, esta avaliação poderá proporcionar lições para a criação e<br />

impl<strong>em</strong>entação de programas de transferência de dinheiro noutros países <strong>em</strong> vias de<br />

desenvolvimento.<br />

7.2 Resenha Histórica<br />

O Programa de Ajustamento Estrutural, conhecido por Programa de Reabilitação<br />

Económica de 1987 (PRE), levou à criação do programa de subsídio de alimentos nas zonas<br />

urbanas. O Governo e as instituições financeiras internacionais reconheceram o impacto<br />

potencialmente negativo do PRE no b<strong>em</strong> estar e incluíram um el<strong>em</strong>ento por forma a<br />

considerar as dimensões sociais do ajustamento. No caso de <strong>Moçambique</strong>, houve necessidade<br />

particular de fazer face ao fluxo de pessoas deslocadas pela guerra e às dificuldades<br />

económicas causadas pela guerra. No início da década de 90, ainda existia um programa<br />

generalizado de distribuição de alimentos nas zonas rurais, principalmente nas zonas com<br />

números elevados de refugiados e de pessoas deslocadas e <strong>em</strong> zonas afectadas pelas<br />

calamidades naturais.<br />

Além de ter de fazer face ao estado de indigência, o programa de subsídio de<br />

alimentos nas zonas urbanas fazia parte de uma política padronizada de práticas preconizadas<br />

nessa altura pelo Banco Mundial como parte integrante do seu programa da Dimensão Social<br />

do Ajustamento (SDA). O programa de subsídio de alimentos nas zonas urbanas foi apenas<br />

um dos programas de entre um grupo de intervenções sugeridas no Estudo sobre Segurança<br />

Alimentar para <strong>Moçambique</strong>, por parte do Banco Mundial (1989), destinado a providenciar<br />

segurança social aos grupos vulneráveis. Em 1989, o Banco Mundial recomendou como<br />

estratégias preferencias uma melhor cobertura do sist<strong>em</strong>a de racionamento então existente<br />

(conhecido por o Novo Sist<strong>em</strong>a de Abastecimento) e a introdução da transferências<br />

indireitas de rendimento através de subsídios relacionados com bens alimentares de qualidade<br />

inferior, tais como o milho amarelo. Porém, <strong>em</strong> 1991, um programa de subsídio de alimentos<br />

foi apresentado por consultores do projecto SDA como alternativa mais eficiente ao Novo<br />

Sist<strong>em</strong>a de Abastecimento, por se considerar esse programa de racionamento caro e mal<br />

administrado, programa esse que o Governo desejava abolir, com o mínimo de resistência<br />

política e social.<br />

Desde o início, o objectivo enunciado para o programa de subsídio de alimentos era<br />

minimizar, não eliminar, a pobreza nos agregados familiares indigentes (Boletim, 1993).<br />

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