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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-<strong>Estar</strong> <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>, 1996-97<br />

A taxa de dependência é a razão dos m<strong>em</strong>bros do agregado familiar dependentes ou “não<br />

produtivos” no tamanho do agregado familiar total. Mais precisamente, define-se isto como a<br />

soma dos m<strong>em</strong>bros do agregado familiar com menos de 16 anos de idade ou mais de 59 anos,<br />

e mais aqueles com incapacidade física, dividido pelo número total de pessoas no agregado<br />

familiar. Assim, as taxas de dependência dos agregados familiares pobres são consideravelmente<br />

maiores do que aquelas de agregados familiares não pobres; claramente uma razão para o seu<br />

nível de pobreza é o número relativamente alto de dependentes para suportar por m<strong>em</strong>bro do<br />

11<br />

agregado familiar <strong>em</strong> idade de trabalhar. Isto t<strong>em</strong> implicações não somente para o nível de<br />

consumo per capita, mas também para a prevalência de mão-de-obra infantil, conforme discutido<br />

na Secção 2.5.4. Finalmente, nota-se que os agregados familiares pobres tend<strong>em</strong> a ter chefes de<br />

agregados familiares mais velhos que os agregados familiares não pobres, e que este padrão<br />

ocorre <strong>em</strong> ambas as áreas urbanas e rurais. (Tabela 2.6).<br />

Assim dito, deve-se interpretar o relacionamento aparente entre a pobreza e o tamanho<br />

do agregado familiar com certo cuidado. A medida de b<strong>em</strong>-estar usada na maior parte deste<br />

relatório de avaliação de pobreza é o consumo per capita. Conforme notado no Capítulo 1, esta<br />

é uma medida mais comumente usada nos estudos de pobreza, e há muitas razões para<br />

recomenda-la. Contudo, o aspecto per capita da medida inclui algumas suposições implícitas que<br />

t<strong>em</strong> uma influência no relacionamento estimado entre a pobreza e o tamanho do agregado<br />

familiar, e na verdade, através do qual os agregados familiares são classificados como pobres e<br />

não pobres.<br />

Uma suposição importante implícita no uso do consumo per capita como uma medida de<br />

b<strong>em</strong>-estar, é que as necessidades totais de consumo do agregado familiar aumentam<br />

proporcionadamente com o tamanho do agregado familiar, ou seja, se um agregado familiar com<br />

cinco pessoas cresce para seis pessoas, requer um nível vinte por cento maior de consumo do<br />

agregado familiar para manter o mesmo padrão de vida. Colocado de forma diferente, implica<br />

que não exist<strong>em</strong> economias do tamanho do agregado familiar. Essa é uma suposição forte. Por<br />

ex<strong>em</strong>plo, os custos de habitação provavelmente não mudam proporcionalmente com o número<br />

de pessoas no agregado familiar. Por outro lado, os custos de alimentos provavelmente<br />

aumentarão ou diminuirão mais ou menos <strong>em</strong> proporção com as mudanças no número de<br />

m<strong>em</strong>bros do agregado familiar. Lanjouw e Ravallion (1995) caracterizam isso como uma<br />

diferença entre os bens privados e bens públicos dentro do agregado familiar. Uma medida de<br />

b<strong>em</strong>-estar que usa o consumo per capita assume que todos os bens dentro do agregado familiar<br />

são bens privados. Uma grande parte do consumo dos pobres é constituída de bens privados, a<br />

maioria notavelmente alimentos, e ainda há também certamente alguns bens públicos, no cabaz<br />

11 Note que a nossa definição da taxa de dependência inclui aqueles com incapacidades físicas (cegos,<br />

surdos, surdos-mudos, paralisados, amputados) ou capacidades mentais reduzidas como dependentes,<br />

independent<strong>em</strong>ente da idade. Também usam -se o tamanho total do agregado familiar, <strong>em</strong> vez do número de<br />

m<strong>em</strong>bros de agregado familiar como de “idade reprodutiva” o denomidador devido a mais de 200 agregados<br />

familiares que não têm m<strong>em</strong>bro entre as idades de 16 a 59 anos, inclusive.<br />

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