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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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Poverty and Well-Being in Mozambique: 1996-97<br />

seus bens alimentícios fora do mercado. Tal como se nota abaixo, os agregados familiares da<br />

região sul receb<strong>em</strong> menor assistência alimentar fora do seu agregado familiar do que os<br />

agregados familiares rurais noutras zonas, de maneira que os agregados familiares do sul<br />

depend<strong>em</strong> provavelmente mais da sua própria produção do que os das outras regiões. A razão<br />

para isto poderá dever-se ao facto de a taxa de pobreza ser mais alta no sul (os agregados<br />

familiares rurais pobres tend<strong>em</strong> a depender mais da produção própria <strong>em</strong> geral do que os<br />

agregados familiares mais ricos), ou então poderá dever-se ao facto de os agregados<br />

familiares do sul possuír<strong>em</strong> terrenos maiores, e, portanto, dispor<strong>em</strong> de mais espaço para<br />

cultivar bens alimentícios.<br />

Por outro lado, os habitantes urbanos compram a maioria dos seus bens alimentícios<br />

(83 por cento), <strong>em</strong>bora também eles produzam ou colham uma quantia significativa de<br />

comida, ou a obtenham por meio de programas de assistência alimentar, pública ou privada,<br />

ou transferêncios ou r<strong>em</strong>essas (17 por cento). Isto é quase o inverso dos números referentes às<br />

zonas rurais. Como era de esperar, a percentag<strong>em</strong> de bens alimentícios que se compra baixa à<br />

medida que a aglomeração urbana decresce, à medida que a zona se torna "menos urbana,"<br />

<strong>em</strong> certo sentido. Por ex<strong>em</strong>plo, os agregados familiares <strong>em</strong> Maputo compram quase todos os<br />

seus bens alimentícios (96 por cento), mas os agregados familiares <strong>em</strong> zonas urbanas fora de<br />

Maputo só compram entre 70 e 80 por cento dos seus bens alimentícios, recebendo o resto da<br />

comida das suas próprias terras ou <strong>em</strong> forma de transferências dos programas de assistência<br />

alimentar ou outros agregados familiares.<br />

Mesmo assim, a diferença nos padrões de aquisição de bens alimentícios, mesmo<br />

entre as zonas menos urbanas e as zonas rurais, é b<strong>em</strong> definida e fornece um el<strong>em</strong>ento<br />

interessante para a caracterização para o que é urbano e para o que é rural. Embora os que<br />

viv<strong>em</strong> nas zonas menos urbanas experiment<strong>em</strong> provavelmente mais aspectos de um modo de<br />

vida rural que os que viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> grandes cidades, como Maputo, e o seu modo de vida gire<br />

provavelmente mais à volta da agricultura, contudo, <strong>em</strong> geral, eles não viv<strong>em</strong> da terra e<br />

compram portanto a maioria dos bens alimentícios.<br />

Produção própria. Com tantos moçambicanos a depender da sua própria produção<br />

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agrícola para se alimentar<strong>em</strong>, os factores que afectam a capacidade dos agregados familiares<br />

para produzir os seus bens alimentícios poderão ser importantes para a segurança alimentar.<br />

Estes factores inclu<strong>em</strong> a disponibilidade da terra, as condições agro-ecológicas, incluindo o<br />

clima e a fertilidade do solo, o uso de tecnologias mais avançadas, e a disponibilidade de uma<br />

boa assistência técnica e de informação do mercado. Além disso, a fim de proporcionar uma<br />

fonte directa de bens alimentícios, o melhoramento da produção agrícola poderá fazer crescer<br />

também o rendimento do agregado familiar, fornecendo assim um rendimento mais alto que<br />

informa abaixo, os dados indicam que a contribuição dos programas de assistência, tanto pública como privada<br />

ou de r<strong>em</strong>essas, é provavelmente pequena, mas para garantir uma representação precisa aqui os dois grupos -<br />

produção própria e "outros" - combinam-se numa única categoria designada como "não mercado."<br />

6<br />

Muitos agregados familiares também colh<strong>em</strong> comida, tais como folhas, nas terras baldias.<br />

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