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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-<strong>Estar</strong> <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />

Embora o modelo teórico desenvolvido não seja rigoroso, a análise foi baseada no quadro teórico<br />

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do New Household Economics (Becker, 1965) modelo do comportamento do AF .<br />

No quadro teórico, assume-se que os m<strong>em</strong>bros adultos tomam decisões sobre a educação<br />

escolar das crianças, por forma a maximizar<strong>em</strong> o b<strong>em</strong>-estar ou a utilidade do AF definido por<br />

si próprio. A opção de educação escolar depende não apenas das preferências dos adultos que<br />

tomam decisões, mas também dos custos e benefícios da educação escolar para as famílias. Os<br />

benefícios serão primariamente os rendimentos que a criança terá no futuro. Exist<strong>em</strong> dois<br />

tipos de custos, custos monetários ou directos e o custo de oportunidade ou custo de t<strong>em</strong>po. Os<br />

custos directos referentes são as propinas, os livros e os uniformes, e a Tabela 6 indica que esta<br />

dimensão de custos é importante na decisão de não enviar a criança a escola. O custo<br />

oportunidade depende do t<strong>em</strong>po gasto no trajecto a escola b<strong>em</strong> como do t<strong>em</strong>po dispêndido a<br />

estudar na escola. A distancia a escola será um factor influêncial nesta componente de custos de<br />

escolaridade. É provável também que o custo de oportunidade do t<strong>em</strong>po (b<strong>em</strong> como os<br />

benefícios esperados) vari<strong>em</strong> de acordo com a idade e o sexo da criança. Por ex<strong>em</strong>plo, o custo<br />

de oportunidade da rapariga pode ser maior do que o dos rapazes, pois espera-se que elas ajud<strong>em</strong><br />

nas actividades do AF ou trabalhos da machamba. Por outro lado, o custo de oportunidade dos<br />

rapazes mais velhos pode também ser maior do que o das raparigas mais velhas porque se espera<br />

que estes entr<strong>em</strong> no mercado de trabalho e tenham uma fonte de rendimentos para o AF.<br />

As decisões dos adultos m<strong>em</strong>bros do AF, feitas para maximizar a utilidade do AF sujeita<br />

aos constrangimentos de custos e benefícios acima discutidos, levam ás escolhas obervadas <strong>em</strong><br />

relação a escolaridade da criança. Fez-se um modelo destas decisões observadas sobre a<br />

educação escolar da criança usando equações de regressão onde se tentou isolar o impacto da<br />

educação do AF, controlando muitos dos outros factores intervenientes (por outras palavras, os<br />

factores que representam os custos e benefícios anteriormente mencionados). Portanto, as<br />

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variáveis seguintes foram incluídas na regressão estimada: Consumo per capita do AF , Idade<br />

e sexo do chefe do AF Características da criança (idade, idade ao quadrado e sexo), area da<br />

machamba e area actualmente cultivada, se o AF t<strong>em</strong> irrigação ou algum equipamento de<br />

machamba, e se o AF produz culturas de rendimento.<br />

Como foi feito anteriormente, incluiu-se na regressão as variáveis dummy que indicam<br />

as províncias e distritos do AF. As variáveis dos distritos são extr<strong>em</strong>amente importantes porque<br />

elas controlam a disponibilidade das infra-estruturas tais como escolas, ruas e mercados; todas<br />

Informação detalhada é apresentada <strong>em</strong> S. Handa & F. Omar, 1998, O Estado Sócio-económico<br />

da Criança <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>, Projecto Segurança Alimentar e Nutrição, Faculdade de Agronomia e Engenharia<br />

Florestal, UEM, Maputo.<br />

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As decisões sobre o consumo do Agregado Familiar afectam também o consumo não alimentar e<br />

são tomadas juntamente com as decisões sobre a escolaridade. Devido a este probl<strong>em</strong>a simultaneo, o consumo<br />

mediano per-capita da aldeia ou bairro é usado na análise ao <strong>em</strong> vez do consumo do Agregado Familiar. Esta<br />

variável está altamente correlacionada com o consumo do Agregado Familiar: O coeficiente OLS do logarítmo<br />

(consumo) sobre o logarítmo (consumo mediano do conglomerado) é 0.88.<br />

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