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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-estar <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />

INAS começou por transferir essas funções para os directores provinciais da Acção Social.<br />

Porém, essa transferência ainda não está completa, e nalgumas províncias os directores<br />

provinciais de Finanças continuam como delegados, enquanto noutras províncias essas<br />

funções foram assumidas pelos directores da Acção Social.<br />

Em retrospectiva, é claro que a estrutura organizativa original do programa de<br />

assistência pecuária fosse d<strong>em</strong>asiado complexo para a capacidade limitada administrativa de<br />

<strong>Moçambique</strong> a impl<strong>em</strong>entar. As re-organizações faltaram de rectificar completamente os<br />

assuntos de requisitos complexos de eligibilidade e supervisão, resultando na abolição do<br />

programa.<br />

7.3.1.3 Grupos alvos (beneficiários)<br />

Uma das alterações mais importantes relativas ao programa é o conceito sobre quais<br />

são os sectores populacionais mais vulneráveis e sobre quais são os grupos elegíveis para o<br />

subsídio de alimentos. Nos primeiros anos da década de 90, calculou-se o número das pessoas<br />

absolutamente pobres do país, com a clara distinção entre o pobre conjuntural, que t<strong>em</strong><br />

condições suficientes para trabalhar, mas a qu<strong>em</strong> falta essa oportunidade, e o pobre estrutural,<br />

impossibilitado de trabalhar (Green (1991), Schubert (1992)). Por ocasião da criação do<br />

GAPVU, 15% dos agregados familiares urbanos foram classificados como indigentes (60.000<br />

agregados familiares no total), compreendidos entre a classe dos habitantes urbanos com o<br />

mais baixo rendimento per capita (independent<strong>em</strong>ente de a causa ser estrutural ou<br />

conjuntural), e aparentavam estar extr<strong>em</strong>amente desprovidos de alimentação, consumindo<br />

4<br />

uma média de 60% dos requisitos mínimos de calorias. A alimentação inadequada nos<br />

meios urbanos era devida principalmente à falta de poder de compra e, portanto, concluiu-se<br />

que o subsídio de alimentos seria uma intervenção apropriada (Schubert, 1990).<br />

Os grupos específicos a beneficiar desde o início do programa eram os residentes com<br />

rendimentos que não excedess<strong>em</strong> metade do salário mínimo, os quais também eram ou:<br />

! idosos com mais de 60 anos e des<strong>em</strong>pregados há mais de 2 anos<br />

! pessoas fisicamente incapacitadas com mais de 18 anos e impossibilitadas de<br />

trabalhar;<br />

! famílias com mulheres grávidas grav<strong>em</strong>ente desnutridas;<br />

! famílias com crianças grav<strong>em</strong>ente desnutridas<br />

De acordo com Schubert (1992), a selecção das primeiras duas categorias (as pessoas<br />

da terceira idade e os incapacitados físicos) brotou das características das famílias<br />

4 Os cálculos feitos para determinar as pessoas extr<strong>em</strong>amente pobres e os indigentes existentes nas zonas urbanas<br />

de <strong>Moçambique</strong> foram baseados nos resultados de um inquérito sobre as despesas feitas por agregado familiar na<br />

cidades de Maputo e Tete <strong>em</strong> 1988 (Greene, 1991).<br />

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