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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-estar <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />

sobrevivência. Mais de metade dos beneficiários utilizava ocasionalmente o subsídio para<br />

participar <strong>em</strong> programas de crédito de pequena escala (xitique), <strong>em</strong> comparação com a<br />

participação mínima no xitique por parte dos não-beneficiários (Bazo, 1998). Assim, o<br />

subsídio de alimentos servia como uma estratégia compl<strong>em</strong>entar de sobrevivência, mas não<br />

garantia um nível adequado de consumo de calorias por parte dos agregados familiares de<br />

pessoas indigentes da terceira idade. À vista de um subsídio de níveis tão baixos, não havia<br />

efeitos desincentivos negativos <strong>em</strong> termos de apóio social reduzido por parte de outros<br />

m<strong>em</strong>bros da comunidade (Bazo, 1998), Quive (1998).<br />

7.5. Os pontos fortes e os pontos fracos do programa<br />

Os 7 anos de experiência de <strong>Moçambique</strong> com um programa de transferência de<br />

dinheiro nas zonas urbanas constitu<strong>em</strong> uma oportunidade única para determinar se um país<br />

extr<strong>em</strong>amente pobre pode impl<strong>em</strong>entar com êxito programas de transferência de dinheiro<br />

para proteger os seus cidadãos mais vulneráveis. Desde a independência, o governo t<strong>em</strong>-se<br />

<strong>em</strong>penhado decididamente no melhoramento do nível de vida dos seus habitantes, um esforço<br />

seriamente prejudicado pelos anos de conflito armado. Pod<strong>em</strong>os perguntar-nos por que é que<br />

os consultores políticos encorajaram o governo de início a adoptar um programa de<br />

transferência de dinheiro, orientado para um sector da população, um programa para o qual,<br />

de acordo com Subbarão et al. (1996), não havia experiência prévia para a região da África<br />

Sub-sahariana. Porém, o forte apóio político inicial dado pelo governo ao programa reflectia a<br />

necessidade de providenciar uma alternativa ao desacreditado sist<strong>em</strong>a de racionamento e um<br />

reconhecimento profundo da gravidade do probl<strong>em</strong>a da pobreza urbana. Uma vez lançado o<br />

programa, surgiu a pressão para mostrar resultados positivos, especialmente <strong>em</strong> vista da<br />

desastrosa experiência da maior parte das outras iniciativas financiadas pelo SDA (Walker e<br />

Dava, 1994). Nesta secção, vamos resumir as lições-chave aprendidas com a experiência de<br />

<strong>Moçambique</strong> até à data, assim como as implicações destas lições para a criação,<br />

administração e viabilidade de programas de transferência de dinheiro nos países pobres de<br />

recursos que se vier<strong>em</strong> a apresentar.<br />

7.5.1. Lições aprendidas: Implicações para a criação e administração de programas de<br />

transferência de dinheiro<br />

Exist<strong>em</strong> quatro áreas importantes a ter <strong>em</strong> conta pelos criadores de um programa de<br />

transferência de dinheiro: técnicas, administrativas, financeiras e políticas. A experiência de<br />

<strong>Moçambique</strong> fornece lições importantes <strong>em</strong> todas essas áreas, muitas das quais pod<strong>em</strong> ser<br />

aplicadas a outros países. A lições-chave de cada uma dessas áreas são apresentadas a seguir.<br />

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