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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-estar <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />

A Tabela 3.9 resume os resultados desta análise. Mostra que, a base deste modesto<br />

crescimento no consumo médio, só poderiam ter resultado ganhos modestos na redução da<br />

pobreza. Durante o período de dez anos, esse crescimento teria implicado uma redução na<br />

incidência da pobreza de cerca de 4,4 por cento, e um declínio na profundidade e na severidade<br />

da pobreza de cerca de 8 a 10 por cento, respectivamente.<br />

A Tabela 3.10 apresenta as implicações potenciais de um crescimento mais alto no futuro,<br />

à base de vários pressupostos sobre a taxa de crescimento económico e a distribuição desse<br />

crescimento. No primeiro cenário, considera-se uma modesta taxa de crescimento económico real<br />

de dois por cento per capita por ano, com os ganhos deste crescimento distribuídos <strong>em</strong> termos<br />

proporcionais (permanecendo a curva de Lorenz inalterada). Este cenário de crescimento gera<br />

ganhos significativos na redução da pobreza, especialmente quando medida pelo índice de<br />

pobreza diferencial (profundidade) e pelo índice do quadrado de pobreza diferencial (severidade).<br />

Depois, <strong>em</strong> cada um dos cenários 2 - 4 na Tabela 3.10, pressupõe-se uma taxa de<br />

crescimento económico muito mais rápida, à ord<strong>em</strong> de 7,7 por cento <strong>em</strong> termos reais per capita,<br />

com três pressupostos alternativos sobre a distribuição desse crescimento. Esta taxa de<br />

crescimento económico é baseada nas correntes projecções quinquenais de crescimento feitas<br />

pelo o Governo (comunicação pessoal, Gabinete de Estudos), pressupondo uma taxa de<br />

crescimento da população de 2,7 por cento ao ano. No cenário 2, pressupõe-se um crescimento<br />

de distribuição neutra (tal como no primeiro cenário). Um crescimento mais rápido relativo ao<br />

cenário 1 conduz, naturalmente, a uma maior redução da pobreza <strong>em</strong> relação ao cenário 1. Esse<br />

crescimento, se sustentado até 2003, conduziria a uma redução de quase 40 por cento na<br />

incidência de pobreza a nível nacional. Verificam-se até maiores declínios percentuais nos<br />

índices da pobreza diferencial e do quadrado da pobreza diferencial, indicando que os restantes<br />

pobres deverão ser menos pobres do que anteriormente.<br />

A experiência noutros países indica que um crescimento económico tão rápido como o<br />

projectado para <strong>Moçambique</strong> não é tipicamente distribuído de uma forma igual. Assim, o cenário<br />

3 ilustra os efeitos na pobreza da mesma taxa de crescimento económico, com os rendimentos<br />

urbanos crescendo o dobro dos rendimentos rurais. Neste cenário, a redução da pobreza é um<br />

pouco mais baixa do que a projectada no cenário de distribuição neutra (Cenário 2), mas mesmo<br />

assim a redução ainda é substancial <strong>em</strong> todas as medições da pobreza (Tabela 3.10). Finalmente,<br />

o cenário 4 mostra os efeitos do crescimento económico na redução da pobreza, se os<br />

rendimentos dos não pobres crescer<strong>em</strong> ao dobro da taxa dos rendimentos dos pobres. Perante este<br />

padrão assimétrico de crescimento económico, a redução da pobreza é menor que nos cenários<br />

2 e 3, mas mesmo assim a redução da pobreza é ainda significativa, com a incidência de pobreza<br />

a baixar 30 por cento, deixando 48 por cento da população abaixo da linha de pobreza no ano<br />

2003.<br />

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