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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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Poverty and Well-Being in Mozambique: 1996-97<br />

Tal como consta da Tabela 4.4, a taxa de produtividade de <strong>Moçambique</strong> é<br />

substancialmente mais baixa do que no vizinho Zimbabwe e até do que a taxa de<br />

produtividade nos países da África Sub-Sahariana, no seu conjunto. Esta baixa taxa de<br />

produtividade é devida principalmente ao facto de os lavradores moçambicanos utilizar<strong>em</strong><br />

relativamente pouca tecnologia, incluindo equipamento agrícola, s<strong>em</strong>entes de boa qualidade<br />

ou fertilizantes (Tabela 4.5). Muito poucos agricultores utilizam qualquer equipamento<br />

mecânico (4 por cento); apenas 20 por cento compram s<strong>em</strong>entes (geralmente um bom<br />

indicador do uso de s<strong>em</strong>ente de mais alta qualidade); e apenas um número insignificante usa<br />

fertilizantes. Significativamente, uma maior percentag<strong>em</strong> de agricultores do sul usa<br />

equipamento mecanizado (8 por cento) e compra s<strong>em</strong>entes (32 por cento) do que noutras<br />

regiões, o que provavelmente é o resultado de um acesso mais fácil a meios fornecidos por<br />

melhores estradas e por uma melhor infra-estrutura de comunicações.<br />

Dado que o uso da tecnologia é tão baixo, a produtividade <strong>em</strong> zonas rurais reflecte<br />

assim,principalmente, a riqueza dos recursos naturais das zonas <strong>em</strong> que se cultivam esses<br />

produtos. Desta forma, não surpreende que a média de produtividade na região norte e na<br />

região central, com as suas condições agro-ecológicas mais favoráveis, sejam mais altas do<br />

que no sul, excepto para o arroz na província sul de Gaza, a qual t<strong>em</strong> alguma irrigação.<br />

Ulteriores aumentos na produtividade baseiam-se no melhoramento dos insumos e na<br />

disponibilidade de crédito e de um maior uso de tecnologias que favoreçam a produção (FAO,<br />

1997).<br />

Embora, naturalmente, o número de habitantes urbanos envolvidos na agricultura seja<br />

muito menor, os moradores da cidade tend<strong>em</strong> a usar mais tecnologia agrícola que os<br />

agricultores rurais. Mais uma vez, isto deve-se talvez <strong>em</strong> geral ao facto de os agricultores de<br />

zonas urbanas dispor<strong>em</strong> de maior acesso aos insumos que os agricultores de zonas rurais. A<br />

percentag<strong>em</strong> mais elevada de agricultores residentes de Maputo que utilizam estas<br />

tecnologias dá mais credibilidade a esta hipótese. Vinte e três por cento desses agricultores<br />

residentes <strong>em</strong> Maputo, por ex<strong>em</strong>plo, utilizam fertilizantes, ao passo que, de entre os<br />

agricultores que viv<strong>em</strong> noutras zonas, apenas 3 por cento ou menos utilizam fertilizantes.<br />

Este inquérito não avaliou a qualidade da assistência técnica, mas indica que as<br />

comunidades rurais do sul e do norte do país têm maior acesso à assistência (entre 22 e 23 por<br />

cento) do que os que viv<strong>em</strong> na zona central (14 por cento). E quanto às comunidades s<strong>em</strong><br />

assistência técnica, a assistência está ainda mais perto dos que viv<strong>em</strong> no sul do que dos que<br />

viv<strong>em</strong> noutras regiões (uma distância média de 20 quilómetros contra 32 a 34 quilómetros<br />

para os das outras regiões). Um melhoramento no acesso a uma assistência de boa qualidade<br />

faria aumentar, provavelmente, a taxa de produtividade.<br />

Compra de bens alimentícios e rendimento. Mesmo os agregados familiares rurais<br />

compram uma porção substancial dos seus bens alimentícios. Mesmo se hipoteticamente<br />

pudess<strong>em</strong> viver somente do que produz<strong>em</strong>, os agregados familiares poderiam querer comprar<br />

bens alimentícios para diversificar a sua dieta alimentar ou compensar pelas quedas sazonais<br />

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