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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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7.1. Introdução<br />

<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-estar <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />

O programa de subsídio de alimentos, começou <strong>em</strong> 1990 como GAPVU, Gabinete de<br />

Apóio à População Vulnerável, e é present<strong>em</strong>ente administrado pelo INAS (Instituto<br />

Nacional de Acção Social). Desde o seu início, o objectivo principal do programa t<strong>em</strong> sido<br />

minimizar as dificuldades encontradas pelos agregados familiares urbanos indigentes <strong>em</strong><br />

<strong>Moçambique</strong>, <strong>em</strong>bora <strong>em</strong> 1998 o programa tenha começado a expandir-se para fora das<br />

capitais provinciais - para os pequenos centros urbanos - e pense expandir-se também para as<br />

zonas rurais.<br />

Enquanto o Governo de <strong>Moçambique</strong> está present<strong>em</strong>ente <strong>em</strong>penhado <strong>em</strong> testar os<br />

outros programas ao longo do país, o programa de subsídio de alimentos nas zonas urbanas<br />

continua sendo um el<strong>em</strong>ento fundamental na rede de protecção social (safety net) <strong>em</strong><br />

<strong>Moçambique</strong>. Na verdade, o programa de subsídio de alimentos continua sendo o único<br />

programa na rede de programas de protecção social verdadeiramente com cobertura nacional.<br />

Constitui o principal programa do Governo destinado a providenciar assistência social geral<br />

aos agregados familiares pobres, <strong>em</strong> base permanente, e é o programa de mais longa duração<br />

e com maior cobertura.<br />

Certamente, o programa de subsídio de alimentos nas zonas urbanas representa um<br />

importante apóio e compromisso por parte do Governo às pessoas mais vulneráveis, e no<br />

passado este programa contribuiu de uma forma significativa para o seu b<strong>em</strong>-estar. Este<br />

programa moçambicano constitui um raro ex<strong>em</strong>plo de transferência de dinheiro operacional<br />

2<br />

<strong>em</strong> países <strong>em</strong> vias de desenvolvimento. Os economistas assinalam que a concessão de<br />

subsídios de alimentação ou bens é muitas vezes a mesma coisa que a distribuição de uma<br />

quantia equivalente <strong>em</strong> dinheiro, e perguntam-se por vezes se a transferência de dinheiro ao<br />

agregado familiar não seria mais eficiente <strong>em</strong> termos de custo. Porém, por várias razões,<br />

muitos países continuam a providenciar subsídios específicos <strong>em</strong> alimentos, bens ou serviços.<br />

Além disso, alguns estudos têm d<strong>em</strong>onstrado que os custos administrativos poderão ser<br />

d<strong>em</strong>asiado elevados para que o programa de transferência de dinheiro seja eficiente nas zonas<br />

rurais, excluindo-se deste modo esta opção para uma grande parte da população pobre de um<br />

país <strong>em</strong> vias de desenvolvimento (veja-se Subbarão et al. (1996) para efeitos de um debate de<br />

carácter comparativo sobre programas alternativos de protecção social).<br />

Vários estudos internos do Governo de <strong>Moçambique</strong> têm sublinhado que o programa<br />

de subsídio de alimentos deveria existir como parte da estratégia geral do Governo no campo<br />

da assistência social. Porém, tendo <strong>em</strong> consideração os recursos limitados de que o Governo<br />

2 O outro único programa do continente africano, do conhecimento dos autores, é um programa de pensão<br />

social paga aos idosos (homens com mais de 65 anos e mulheres com mais de 60) na África do Sul, programa<br />

que teve início <strong>em</strong> 1992/93. Dá-se <strong>em</strong> dinheiro tanto a idosos das zonas rurais como das zonas urbanas,<br />

independent<strong>em</strong>ente de contribuições prévias (Case e Deaton, 1996).<br />

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