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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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Poverty and Well-Being in Mozambique: 1996-97<br />

pobres têm insegurença alimentar. Nas zonas rurais, não ser pobre está altamente relacionado<br />

com não ter insegurança alimentar. Nas zonas rurais, 63 por cento dos que não são pobres têm<br />

segurança alimentar. A relação é mais frágil nas zonas urbanas, onde só 50 por cento dos não<br />

pobres têm segurança alimentar. (Se as associações foss<strong>em</strong> perfeitas, então ambas estas<br />

associações seriam 100 por cento perfeitas e as células da parte superior direita e da parte<br />

inferior esquerda estariam vazias.)<br />

A grande percentag<strong>em</strong> dos não pobres que têm insegurança alimentar, tanto nas zonas<br />

urbanas como nas zonas rurais, reflet<strong>em</strong> provavelmente o quase estado de pobreza <strong>em</strong> que<br />

muitos destes agregados familiares viv<strong>em</strong> e as suas escolhas quanto à maneira de gastar o<br />

dinheiro noutros bens que não sejam a alimentação, <strong>em</strong> face de outras d<strong>em</strong>andas. É também<br />

interessante e importante notar que uma proporção significativa dos pobres (27 por cento nas<br />

zonas rurais e 21 por cento nas zonas urbanas) encontrará processos de adquirir bens<br />

alimentares suficientes para ter<strong>em</strong> segurança alimentar. Um estudo ulterior desses agregados<br />

familiares poderia elucidar as estratégias adoptadas que lhes permitam não ter carência<br />

alimentar, mesmo sendo pobres.<br />

A associação entre a pobreza e a desnutrição dos filhos é bastante fraca tanto nas<br />

zonas rurais como nas zonas urbanas (Tabela 4.19). Nas zonas rurais, a probabilidade de ter<br />

um filho subnutrido é sensivelmente a mesma, quer o agregado familiar seja pobre quer não:<br />

43 por cento dos agregados familiares das zonas rurais não pobres têm um filho desnutrido,<br />

enquanto a percentag<strong>em</strong> para os agregados familiares pobres das zonas rurais é de 47 por<br />

cento. Nas areas urbanas a associação é mais forte. Dezoito por cento dos agregados<br />

familiares não pobres ainda têm filhos desnutridos neles, ao passo que a percentag<strong>em</strong> para os<br />

agregados familiares pobres é muito mais alto, de 30 por cento. Mais: 70 por cento dos<br />

agregados familiares pobres das zonas urbanas não têm filhos desnutridos, <strong>em</strong> comparação<br />

com os 82 por cento para os agregados familiares não pobres.<br />

Considerando a importância da pobreza para a segurança alimentar, que factores<br />

levarão os agregados familiares pobres e os não pobres a ter<strong>em</strong> uma distribuição tão<br />

s<strong>em</strong>elhante de filhos desnutridos? Da mesma maneira que a Tabela 4.19 se comporta para<br />

com a pobreza, a Tabela 4.20 ilustra o facto que não surpreende, mas frequent<strong>em</strong>ente<br />

esquecido, de que a segurança alimentar dos agregados familiares não garante um bom estado<br />

de nutrição dos filhos. As condições ambientais e a educação da mãe deverão provavelmente<br />

ter influência neste fenómeno. Tanto os agregados familiares das zonas rurais como os das<br />

zonas urbanas que têm segurança alimentar ou que têm insegurança alimentar têm idênticas<br />

probabilidades de ter<strong>em</strong> filhos desnutridos. De facto, os níveis correspond<strong>em</strong> quase<br />

exactamente ao nível global da desnutrição <strong>em</strong> cada zona.<br />

Estas tabelações mostram claramente que ser pobre não é um determinante único de<br />

insegurança alimentar ou de desnutrição, <strong>em</strong>bora a pobreza afecte e esteja associada com um<br />

número de factores determinantes, tais como a educação. É evidente que o aumento ou a<br />

diminuição de segurança alimentar dos agregados familiares poderão constituir um<br />

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