Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

Pobreza e bem-estar em Moçambique: 1996-97
técnica na administração, em conjunto com a excessiva preocupação de manter os custos baixos,
foram os responáveis pelo elevado nível de fraude que foi eventualmente descoberto.
Considerando o lado positivo da questão, o INAS, sendo o único programa do género na região,
mostra mais uma vez o empenho do governo moçambicano no alívio da pobreza.
8.3 Implicações políticas e investigação futura
A posição previlegiada deste relatório como a primeira avaliação de base completa da
pobreza a nível nacional significa que esta é uma excelente (e única) fonte de informação de base
sobre os pobres e suas caracteristicas. No entanto, esta valiosa contribuição tem até certo ponto,
limitado este relatório à apresentação de uma visão geral da pobreza e do padrão de vida do país,
em vez de focar de forma mais detalhada em estudos sectorias mais detalhados e simulações
políticas que poderiam fornecer recomendações politicas mais específicas. A próxima série de
trabalhos de investigação terá a vantagem de fazer uso deste relatório como fonte de referência,
podendo desta forma ser mais flexível em termos de estudos sectoriais e da análise de políticas
específicas que são procuradas. Apesar destas limitantes, os resultados deste relatório dão claras
indicações sobre quais devem ser os componentes chave de uma estratégia de redução da pobreza
geral em Moçambique, assim como da necessária investigação futura para enquadrar
intervenções dirigidas específicas, dentro deste contexo geral de políticas.
Uma importante descoberta deste trabalho é a variação regional no padrão de vida, um
resultado inteiramente consistente com a dimensão bastante vasta de Moçambique e sua
diversidade ecológica. Uma estratégia de redução da pobreza deve considerar a distribuição
geográfica e as variações da pobreza. Por exemplo, as provincias centrais de Sofala e Tete, onde
80 por cento da população se encontra em situação de completa privação, merecem maior
prioridade nos esforços de redução da pobreza. Mas as provincias por si só não são pequenas
individualidades, e provávelmente contém considerável heterogeneidade, de forma que o
próximo passo em termos de investigação, deve ser a construção de um perfil de pobreza regional
(provincial) para identificar os distritos e grupos específicos que merecem especial atenção.
O segundo elemento da estratégia de redução da pobreza deve ser uma expansão das
oportunidades educacionais. Dentro desta iniciativa geral existem dois objectivos específicos que
devem ser prioritários. Dados os benefícios sociais e financeiros da educação das mulheres no
agregado familiar, e a grande diferença entre o número de crianças de ambos os sexos na escola
nas zonas rurais, o aumento do ingresso das meninas e consequente o nível educacional obtido
nas zonas rurais merece atenção imediata. Isto requer mais que a simples construção de escolas
primárias e secundárias, mas uma acção a nível da comunidade que modifique a atitude
prevalecente em relação à educação das meninas, e a oferta inovativa de serviços que reduzem
o custo de oportunidade da escolaridade das meninas, que normalmente precisam de trabalhar
em casa ou na machamba. Em termos de investigação futura, está planificada uma avaliação
profunda dos outros factores de fornecimento ou oferta de serviços, para identificar os factores
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