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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-estar <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />

e 43% com nenhuma filha. Um terço dos idosos ainda têm contactos com os seus irmãos e irmãs.<br />

Com a sua idade média de 44 anos de idade encontrando-se entre os outros dois grupos,<br />

a amostra dos deficientes teve mais laços com pais e irmãos do que com filhos próprios maiores<br />

de 18 anos de idade. Pelo menos a metade ainda mantém laços com pelo menos um dos pais.<br />

Frequent<strong>em</strong>ente as discussões das estratégias de sobrevivência importantes na África<br />

austral enfatizam a força dos laços rurais-urbanos e laços com parentes fora do país. A Tabela<br />

6.16 e a Figura 6.4 examinam os laços activos que exist<strong>em</strong> entre os entrevistados e pessoas que<br />

viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> áreas rurais ou urbanas, sendo estes últimos combinados com os laços fora do país.<br />

É escusado dizer que o número médio de laços rural-rural é maior que o número médio de laços<br />

rural-urbano e igualmente, o número médio dos laços urbano-urbano é maior que o número de<br />

laços urbano-rural. Neste estudo há uma tendência de depender de laços com outras pessoas<br />

próximas da casa <strong>em</strong> termos logísticos e para aproximadamente metade da amostra, os laços<br />

urbano-rural são fracos.<br />

6.7.4. Características Individuais e do Agregado Familiar Associadas com Laços Fortes<br />

A rede de laços sociais duma família pode servir como um mecanismo de sobrevivência<br />

importante <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po de crise. Na tentativa de identificar que características chaves das famílias<br />

da amostra pod<strong>em</strong> estar associadas a um número elevado de laços com outras pessoas fora da<br />

família imediata, são apresentadas na Tabela 6.17 as correlações entre o número total de laços,<br />

o número total de laços apenas para dar e não receber, com as características chaves descritivas<br />

do entrevistado e sua família. A correlação negativa entre o número de laços e ser idoso ou<br />

deficiente era de esperar, dados os resultados descritivos acima.<br />

As correlações positivas mais fortes com as variáveis do número de laços são constatadas<br />

<strong>em</strong> duas categorias: as relacionadas com a riqueza e as relacionadas com o tipo de <strong>em</strong>prego.<br />

Dois índices construídos têm uma correlação positiva significante, mas não forte: 0,24 para o<br />

índice de bens e apenas 0,16 para o índice de qualidade de habitação (a máxima correlação<br />

positiva possível é +1). O tamanho do agregado familiar é também positivamente<br />

correlacionado: 0,27. Portanto, enquanto os agregados familiares cresc<strong>em</strong> <strong>em</strong> riqueza e tamanho,<br />

há uma tendência de aumento do número de laços fora do agregado familiar. Ad<strong>em</strong>ais, as<br />

correlações significativas mais fortes são encontradas entre o número de laços e o facto de se pelo<br />

menos uma pessoa no agregado familiar recebe salário (0,37), faz trabalho ocasional (0,22),<br />

trabalha fora do país (0,33), vende bebidas alcoólicas (0,20), vende castanha de caju ou algodão<br />

(0,10), ou vende outros produtos agrícolas (0,162). Pelo contrário, as correlações negativas<br />

significativas mais fortes estão associadas com os agregados familiares que depend<strong>em</strong><br />

predominant<strong>em</strong>ente da agricultura: que nunca compraram alimentos básicos durante o ano (-<br />

0,12), que citam a venda de produtos agrícolas como principal fonte de rendimentos (-0,20), que<br />

têm uma machamba própria (-0,15) e que têm uma machamba (-0,08) na zona baixa.<br />

A correlação negativa mais significativa está associada com a pertença à religião<br />

Muçulmana (-0,34). Isto relaciona-se com o facto de mais de metade da amostra da população<br />

de Nampula ser muçulmana e existir<strong>em</strong> poucos muçulmanos no resto da amostra. Pelo contrário,<br />

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