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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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Poverty and Well-Being in Mozambique: 1996-97<br />

permita adquirir no mercado bens alimentícios adicionais.<br />

Posse da terra. <strong>Moçambique</strong> continua sendo um país de pequenos proprietários. Mais<br />

de 98 por cento dos habitantes rurais <strong>em</strong> todas as regiões têm acesso à terra, mas o tamanho<br />

da terra é pequeno: insuficiente <strong>em</strong> geral para sustentar uma família durante todo o ano, com<br />

bens alimentícios e rendimento adequados. Além disso, toda a terra, present<strong>em</strong>ente, é na<br />

realidade propriedade do estado, o qual cede a terra <strong>em</strong> regime de arrendamento, que é<br />

renovável ao fim de 50 anos, garantindo os direitos de usufructo. Present<strong>em</strong>ente encontra-se<br />

sob estudo uma nova lei no Parlamento (FAO, 1997).<br />

O tamanho médio de um terreno per capita é mais elevado no sul que no norte ou que<br />

na zona central (Tabela 4.3). No sul, onde a terra é mais apropriada para a criação de gado, o<br />

tamanho médio de um terreno per capita é 0,62 hectares, <strong>em</strong>bora 45 por cento dos agregados<br />

familiares possuam terrenos com mais de 3 hectares. Apenas 12 a 14 por cento têm mais de 3<br />

hectares na zona central e na zona norte, e o tamanho médio per capita é menor: 0,38 e 0,52<br />

hectares per capita, respectivamente.<br />

Os dados confirmam também que a agricultura urbana não é uma coisa fora do<br />

comum <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong> (Tabela 4.3). Em média, 56 por cento dos agregados familiares<br />

urbanos possu<strong>em</strong> terra. Mas este número agregado obscurece grandes diferenças entre<br />

Maputo, onde apenas 12 por cento têm acesso à terra, e outras zonas urbanas, onde entre 70 e<br />

75 por cento dos agregados familiares possu<strong>em</strong> terra. Para os que possu<strong>em</strong> terra, porém, o<br />

tamanho médio do terreno é um pouco maior <strong>em</strong> Maputo que noutras zonas urbanas. Vinte e<br />

cinco por cento dos agregados familiares <strong>em</strong> Maputo com terra possu<strong>em</strong> mais de 3 hectares,<br />

ao passo que só cerca de 10 por cento dos que possu<strong>em</strong> terras noutras zonas urbanas têm um<br />

terreno desse tamanho. O inquérito não indica se a terra possuída está localizada dentro ou<br />

fora da cidade, mas mesmo uma simples vista por alto, <strong>em</strong> Maputo, confirma que pelo menos<br />

alguns agregados familiares dentro da cidade têm as suas hortas.<br />

Rendimento e uso de insumos agrícolas. A produção agrícola é importante para o<br />

próprio consumo e para gerar rendimentos. A produção de colheitas t<strong>em</strong> vindo a aumentar<br />

substancialmente nos últimos anos, e, com excepção do trigo, <strong>Moçambique</strong> é agora<br />

auto-suficiente no que se refere aos cereais básicos. O auxílio para a importação de milho<br />

baixou de 563.000 toneladas métricas <strong>em</strong> 1992 para 14.000 toneladas métricas <strong>em</strong> 1996<br />

(Governo de <strong>Moçambique</strong>, 1998).<br />

A produtividade agrícola é ainda muito baixa. A Tabela 4.4 mostra a informação<br />

sobre a produtividade <strong>em</strong> todas as províncias para quatro culturas principais: milho, arroz,<br />

mandioca e feijão. Esta informação é do inquérito de 1996, uma vez que a informação sobre a<br />

produção no estudo dos agregados familiares não se considerava fidedigna. Os números<br />

obviamente não se refer<strong>em</strong> unicamente à produção própria, mas fornec<strong>em</strong> uma indicação da<br />

produtividade da agricultura de <strong>Moçambique</strong>, uma parte da qual é utilizada para o consumo.<br />

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