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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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Poverty and Well-Being in Mozambique: 1996-97<br />

carentes alimentares <strong>em</strong> cada uma das categorias urbanas.<br />

Qu<strong>em</strong> são os grupos vulneráveis? Uma das peças-chave da informação que o<br />

inquérito aos agregados familiares pode fornecer é sobre as características dos mais<br />

vulneráveis. É necessária uma análise adicional, mas este capítulo fornece-nos el<strong>em</strong>entos<br />

preliminares sobre as características de alguns grupos frequent<strong>em</strong>ente mencionados como<br />

correndo o risco de enfrentar<strong>em</strong> insegurança alimentar (Tabela 4.11).<br />

Primeiro, ter uma mulher como chefe do agregado familiar não parece pôr o agregado<br />

familiar a um risco maior de insegurança alimentar do que ser um hom<strong>em</strong> o chefe do<br />

agregado familiar. Um número significativo de agregados familiares, tanto nas zonas rurais<br />

como nas zonas urbanas, têm a mulher como chefe do agregado familiar: 17 por cento nas<br />

zonas rurais e 19 por cento nas zonas urbanas. E a verdade é que nas zonas rurais 63 por<br />

cento dos agregados familiares não têm segurança alimentar, quer tenham a mulher quer<br />

tenham o hom<strong>em</strong> como chefe do agregado familiar. Nas zonas urbanas, os agregados<br />

familiares que têm a mulher como chefe do agregado familiar têm de facto probabilidades um<br />

pouco menores de ser carentes alimentares (64 por cento contra 68 por cento).<br />

Embora se conceda que as mulheres, <strong>em</strong> geral, têm, com mais frequência, maiores<br />

dificuldades que os homens <strong>em</strong> ganhar um salário, o resultado não é d<strong>em</strong>asiado<br />

surpreendente. Uma resenha recente da bibliografia sugere que os agregados familiares que<br />

têm a mulher como chefe do agregado familiar não são necessariamente mais pobres do que<br />

os agregados familiares que têm o hom<strong>em</strong> como chefe do agregado familiar (Quisumbing,<br />

Haddad e Peña, 1995). O seu risco de ter insegurança alimentar poderá também não ser<br />

maior. Estudos adicionais poderiam esclarecer um pouco melhor por que isto é assim. Talvez<br />

os agregados familiares que têm a mulher como chefe do agregado familiar recebam<br />

assistência de parceiros masculinos que não estão presentes; talvez disponham de redes de<br />

assistência que lhes permitam obter comida suficiente, ou pode ser que, mesmo quando<br />

pobres, utiliz<strong>em</strong> e distribuam os recursos dentro do agregado familiar de forma a administrar<br />

melhor os bens alimentares que os agregados familiares que têm o hom<strong>em</strong> como chefe do<br />

agregado familiar.<br />

Os que foram deslocados pela guerra também têm sido considerados, geralmente, um<br />

grupo especialmente vulnerável. Arrancados de suas casas, deixaram para trás a terra e os<br />

recursos, tratando de sobreviver com outras famílias e outros amigos. Estes migrantes da<br />

guerra representam uma minoria significativa tanto nas zonas urbanas como nas zonas rurais<br />

(3 por cento do total da população nas zonas urbanas e 7 do total da população nas zonas<br />

rurais). Nas zonas rurais este grupo apresenta níveis de insegurança alimentar sensivelmente<br />

mais altos do que os não migrantes (73 por cento contra 62 por cento) e números um pouco<br />

mais altos de insegurança alimentar nas zonas urbanas (71 por cento contra 67 por cento).<br />

As famílias com crianças com menos de 5 anos de idade parec<strong>em</strong> estar sujeitas a um<br />

risco mais alto de insegurança alimentar do que as famílias s<strong>em</strong> crianças. Embora o consumo<br />

de uma criança com menos de 5 anos não seja tão grande como o de um adulto as crianças<br />

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