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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-estar <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />

Riscos específicos de eventos inesperados que afectam os indivíduos, mas não estão<br />

fort<strong>em</strong>ente relacionados aos riscos enfrentados por outros m<strong>em</strong>bros da rede (Binswanger e<br />

McIntire, 1987 ). Nestas circunstâncias, viver num agregado familiar grande (uma rede intra-<br />

familiar grande) pode ser mais vantajoso do que ter muitos parentes distantes (Platteau, 1991).<br />

3. Conselhos, mediação e controle sobre a tomada de decisões.<br />

A composição e proximidade das redes de parentesco determina as regras e facilidades<br />

pelas quais as interacções ocorr<strong>em</strong>. Uma mulher que vive no mesmo agregado familiar que os<br />

seus sogros, com efeito, poderá ter substancialmente menos poder de decisão com relação aos<br />

seus filhos do que uma mulher que apenas vive com o seu esposo (Low, 1994).<br />

4. Fontes de fundos de investimento.<br />

As redes de parentesco alargado pod<strong>em</strong> ser mais capazes de acumular activos, com os<br />

indivíduos mais b<strong>em</strong> sucedidos na rede a servir<strong>em</strong> de fontes de crédito para os outros m<strong>em</strong>bros.<br />

Portanto, coloca-se a hipótese de que indivíduos adversos ao risco poderiam maximizar<br />

o número de possíveis relações recíprocas que têm com parentes nas zonas rurais, assim como<br />

estabelecer<strong>em</strong> laços <strong>em</strong> locais mais distantes, preferencialmente nos centros urbanos ou no<br />

exterior (Platteau, 1991; von Braun, 1991). Em particular, as mulheres nas sociedades<br />

patrilineares que viv<strong>em</strong> na terra dos maridos, tentariam manter os laços fortes com os seus<br />

próprios parentes para reforçar a sua fraca posição no agregado familiar do esposo (Low, 1994).<br />

Neste estudo de caso, foi feita uma tentativa de medição da capacidade dos laços<br />

familiares e comunitários através da pergunta sobre quantas vezes durante o ano transacto<br />

ocorreram trocas com diferentes tipos de indivíduos. Foram pesquisados quatro tipos de trocas:<br />

alimentação, dinheiro, bens e mão-de-obra. Uma troca pode ser de direcção única, quer dizer o<br />

entrevistado só dá ou só recebe algo ou recíproca, uma troca caracterizada pelo entrevistado que<br />

tanto dá como recebe dum outro indivíduo especificado durante o ano transacto.<br />

Para assegurar que o campo de relações importantes fosse coberto na avaliação<br />

quantitativa dos laços, foi obtida informação detalhada sobre trocas para quatro tipos distintos<br />

de relações de parentesco: Pais, Irmãos biológicos, Filhos maiores de 18 anos de idade e Todas<br />

as outras relações de troca com parentes e não parentes.<br />

Nas primeiras três categorias, as trocas são a nível individual, com a informação recolhida<br />

sobre todos os indivíduos vivos. Na última categoria, as relações de troca com um ou mais<br />

indivíduos da mesma família desta categoria, foi registada como um único laço.<br />

Depois de determinar se existiu uma relação com um indivíduo específico, por ex<strong>em</strong>plo<br />

trocas de alimentos, o entrevistador perguntou sobre o número de vezes que o entrevistado<br />

recebeu alimentos daquele laço durante o ano passado e o número de vezes que o entrevistado<br />

deu alimentos aquela pessoa durante o ano. Se o número de vezes <strong>em</strong> que tais trocas ocorreram<br />

excede 4, foi considerado como sendo frequent<strong>em</strong>ente que tal evento ocorreu, <strong>em</strong> oposição à<br />

ocorrência ocasional. O sexo e a localização (mesma aldeia ou cidade, centro urbano ou fora do<br />

país) dos indivíduos que realizam trocas foram também registados.<br />

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