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Pobreza e Bem-Estar em Moçambique - International Food Policy ...

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<strong>Pobreza</strong> e <strong>B<strong>em</strong></strong>-<strong>Estar</strong> <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>, 1996-97<br />

12<br />

do agregado familiar, onde a linha de pobreza foi normalizada de forma a que pertença a um<br />

agregado familiar de tamanho médio, ou seja, um agregado familiar do tamanho médio t<strong>em</strong> a<br />

mesma incidência da pobreza para todos os valores de 2. Os resultados são apresentados na<br />

Figura 2.1. A linha correspondente a 2= 1,0 mostra o padrão esperado: à medida que o tamanho<br />

do agregado familiar aumenta, a incidência da pobreza também aumenta. Para o outro caso<br />

extr<strong>em</strong>o, 2 = 0, a incidência da pobreza declina conforme o tamanho do agregado familiar<br />

aumenta. A correlação entre o tamanho do agregado familiar e a contag<strong>em</strong> da pobreza quase<br />

desaparece quando 2 = 0,4, conforme indicado pela linha relativamente plana para este valor.<br />

Esta elasticidade do tamanho do agregado familiar na qual não há correlação entre o<br />

tamanho do agregado familiar e o nível de consumo pode ser interpretada como o valor crítico<br />

a usar quando se avaliar o relacionamento entre o tamanho do agregado familiar e o consumo.<br />

Se alguém acredita que a magnitude verdadeira da elasticidade é maior que o valor crítico (ou<br />

seja, acredita-se que as economias do tamanho do agregado familiar são maiores que aquelas<br />

implicadas pelo valor crítico da elasticidade), então deve-se concluir que existe um<br />

relacionamento positivo entre o agregado familiar e a pobreza, <strong>em</strong>bora não tão forte quanto o<br />

relacionamento sugerido pelo consumo per capita com ajuste para o tamanho do agregado<br />

familiar. Da mesma forma, se o valor crítico da elasticidade do tamanho é maior do que se<br />

acredita que seja a elasticidade verdadeira, então pode-se concluir que existe um relacionamento<br />

negativo entre o tamanho do agregado familiar e a pobreza, e que as estimativas da pobreza<br />

baseadas no consumo per capita são um quadro totalmente erróneo.<br />

Neste caso, o valor crítico de 2 é suficient<strong>em</strong>ente baixo para implicar que a maioria do<br />

consumo do agregado familiar <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong> é de bens públicos, dentro do agregado familiar.<br />

Isto não é consistente com os padrões do consumo observados <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>, conforme<br />

descrito mais tarde neste capítulo. Aproximadamente dois terços do consumo do agregado<br />

familiar é itens de alimentos que são claramente bens privados dentro do agregado familiar: o<br />

consumo de um b<strong>em</strong> por uma pessoa exclui a partida o consumo desse b<strong>em</strong> por outra pessoa.<br />

Uma grande porção da despesa não alimentar é também alocada para bens privados, como<br />

roupas e itens de higiene pessoal (ex<strong>em</strong>plo, sabão). Disto pode-se concluir que os agregados<br />

familiares grandes <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong> na verdade tend<strong>em</strong> a ser mais pobres que os agregados<br />

familiares menores.<br />

2.5.2 Estrutura e Composição do Agregado Familiar<br />

Os agregados familiares dirigidos por mulheres, particularmente aqueles encabeçados por<br />

viúvas ou divorciadas, são <strong>em</strong> geral identificados como um grupo desproporcionadamente pobre.<br />

Os dados do MIAF mostram que <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>, este não é o caso nas áreas rurais ou entre a<br />

população como um todo (Tabela 2.8). A nível nacional, 18,9 por cento dos não pobres viv<strong>em</strong><br />

12<br />

Visto que poucos agregados familiares (somente 343) possu<strong>em</strong> mais de 10 m<strong>em</strong>bros, nos cálculos a<br />

categoria de mais de 10 pessoas (‘10+’) inclui todos os agregados familiares com 10 ou mais m<strong>em</strong>bros.<br />

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