Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

DROGA DA VIOLÊNCIA FORMIDÁVEL – Capítulo 3
é a de um poder paralelo assustador. O obstáculo do poder paralelo transforma-se
em espetáculo. Com ele, obnubilado pelo jogo de cena, vai para o ralo a questão do
aviltamento da autonomia, do cerceamento das liberdades e da organização das
comunidades carentes, flagrantemente atingida na contramão dos ideais dos ventos
democráticos.
Haja vista a omissão, a insensibilidade, a inércia e a minimização do
problema, todos vistos comportamentos por vezes comuns a especialistas ou
agentes de segurança pública, não são diferentes os de outra categoria de co-
responsáveis, os formuladores das políticas, ao tratar o enfrentamento do problema.
Alerta Souza (2004), que:
... Os planejadores urbanos progressistas continuam dando pouquíssima
ou nenhuma atenção a essa interface entre os impactos do tráfico de
drogas e as possibilidades de democratização do planejamento e da gestão
urbanos... (p.56).
Como adianta o autor, não se pode ignorar que a própria realidade das
cidades, impõe, cada vez mais, o diálogo e a cooperação prática entre esses dois
ambientes profissionais. (idem, idem).
Chama a atenção para o alheamento patente das autoridades e especialistas
em democratização do planejamento e da gestão, como se os impactos do tráfico de
drogas fossem secundários ou mesmo inexistentes. Do mesmo modo, lembra que,
“em um país onde a política de segurança pública e as ações antidrogas são
claudicantes ou retrógradas” (idem, p.56-57), os estudiosos da segurança pública
têm, também, dado pouca atenção à dimensão espacial, muito embora venham
demonstrando forte receptividade ao diálogo interativo entre profissionais co-
envolvidos nas chamadas áreas de risco.
Tal como os condomínios exclusivos, fechados de classe média alta, que
ferem a legislação urbanística vigente, que interdita o fechamento de logradouros
públicos, têm se observado, a partir dos anos 90, também, um gradual fechamento
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