Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ
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Consi<strong>de</strong>rações finais: – Capítulo 6 186<br />
epistemologicamente orientada que vá além da investigação <strong>de</strong> enxugar o gelo<br />
(I<strong>de</strong>m, p.31). E, como diz a autora, nem que se precise, para isso <strong>de</strong> uma nova<br />
polícia respaldada na confiança e na cooperação local e, ao mesmo tempo,<br />
antenada nas investigações profissionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>smantelamento <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />
transfronteiriças, o exemplo da chamada conspiração da esquina (I<strong>de</strong>m, p.31), <strong>de</strong><br />
Chicago, nos USA, que reúne polícia comunitária com polícia técnica investigativa.<br />
Embora marcadas por um jogo <strong>de</strong> cobranças recíprocas, essas relações entre<br />
lí<strong>de</strong>res comunitários e funcionários <strong>de</strong> governo, entre eles a polícia, há divergências<br />
na maneira <strong>de</strong> realizá-lo, não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> perenizar tensão entre eles no impasse<br />
entre clientelismo e cidadania (I<strong>de</strong>m, p.29)<br />
Bem mais que se igualarem aos traficantes na ilicitu<strong>de</strong>, os agentes do po<strong>de</strong>r<br />
executivo e do judiciário se <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong>smoralizar pela corrupção, colando mais<br />
ceticismo às suas imagens. Políticos e policiais, quando irmanados no trágico cortejo<br />
do crime e das fortunas ilícitas, protagonizam o mais formidável elogio público ao<br />
niilismo do governo e a mais sonora elegia ao funeral da esperança social.<br />
Como diz Zaluar (2004, p.56), em claro sintoma <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração moral,<br />
parecem mais fadados a difundir a sensação <strong>de</strong> um iminente colapso da or<strong>de</strong>m e da<br />
vida social . Na visão <strong>de</strong> Abreu (2004, p.257), ninguém discorda <strong>de</strong> que<br />
O espaço político seja preservado, pois, sem ele, a lei, ao invés <strong>de</strong><br />
instrumento garantidor, passa a ser ameaçador da sua existência.<br />
Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser ameaçador porque, diferentemente dos crimes <strong>de</strong> colarinho<br />
branco, aos pretos e pobres o exercício da cidadania é historicamente limitado nesse<br />
país, quando se vê a eles negado na espetacularização da repressão, a política do<br />
primeiro pren<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois se apura em nítido ultraje do direito a julgamento justo e<br />
respeito à integrida<strong>de</strong> física e moral. Como salienta Franco (2008, p.15), a estratégia<br />
<strong>de</strong> repressão é uma política <strong>de</strong> morte. E por que não admitir, como Reale Júnior<br />
(2007, p.A2), que a norma é o produto <strong>de</strong> um complexo <strong>de</strong> fatores conflitantes,<br />
alguns <strong>de</strong>les emocionais, mesmo passionais, até o legislador efetuar uma escolha<br />
pela qual se objetiva uma dada fórmula normativa?)