Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

DROGA DA VIOLÊNCIA FORMIDÁVEL – Capítulo 3
E sobre esse papel do Estado posto em questão, adverte:
... Este viverá dois grandes conflitos: Um diz respeito a sua própria forma,
uma vez que o estado adquiriu consistência [couraça], significando para si
uma lógica como uma lei necessária; o segundo conflito virá da mente que
tentará influir nos destinos do Estado... (idem, p.115).
Essa mente, à que se refere o autor, é a mente dos governantes. A mente
dos agentes responsáveis pelas políticas públicas endereçadas às comunidades
dependentes do núcleo periférico do capitalismo.
Não será uma tarefa fácil, na medida em que a necessidade social coloca-se
contrária aos interesses do capitalismo que aí está e cuidou de desenvolver um
estado de riqueza potencialmente explosivo, oriundo de um sistema que requer uma
capacidade inesgotável de expansão e não prevê investimentos sociais.
Pauperizadas e socialmente desassistidas, as comunidades dependentes clamam
resposta à pergunta que começa a incomodar os Estados, os governos, os
municípios, as regiões, as culturas e as gentes... (idem, p.118).
1.2. - A QUESTÃO DO APARELHAMENTO DA FORMAÇÃO
É patente, nos dias atuais, a enorme deficiência na geração, sistematização e
divulgação de informações policiais relativas à violência, como ilustram Giavanelli e
Souza (2004), no caso do Rio de Janeiro, fato que repercute tanto na formulação de
políticas de segurança pública quanto na informação à sociedade sobre o real
cenário do fenômeno, cujas estatísticas vêm atestando seu crescimento
exponencial.
A polícia técnica, como todo setor técnico, dispõe de específicas fontes
geracionais de informação: o livro de registro de perícias solicitadas e os laudos
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