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Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

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DROGA DA VIOLÊNCIA FORMIDÁVEL – Capítulo 3<br />

tráfico <strong>de</strong> drogas e armas, avocando pretensamente para si o papel controlador do<br />

Estado, causando, assim, a <strong>de</strong>sarticulação <strong>de</strong>ssas comunida<strong>de</strong>s. Por sua vez,<br />

argumentam os autores, a (<strong>de</strong>s)informação cuida <strong>de</strong> alimentar uma espécie <strong>de</strong><br />

círculo vicioso: diversas instituições dizem funcionar integralmente, <strong>de</strong> maneira a<br />

manter um sistema <strong>de</strong> exclusão social que tem na violência um importante<br />

mecanismo <strong>de</strong> sustentação. (p.48)<br />

No final das contas, a (<strong>de</strong>s)informação cumpre o triplo serviço <strong>de</strong>: (a)<br />

minimizar e banalizar a morte <strong>de</strong> vítimas <strong>de</strong> violência oriunda das classes menos<br />

favorecidas; (b) facilitar o estigma <strong>de</strong>ssa classe, fadada ao rótulo criminoso e<br />

tornando-as in<strong>de</strong>sejáveis aos olhos da socieda<strong>de</strong>; e (c) permitir a perpetuação <strong>de</strong><br />

preconceitos que duplamente vitimizam essas classes – um, o <strong>de</strong> legitimar a<br />

violência a elas direcionadas, e, o outro, o <strong>de</strong> imputar-lhes também a culpa pela<br />

violência <strong>de</strong> que são vítimas.<br />

1.3 - AÇÃO DO ESTADO<br />

Buscando em Barbosa (1909), as novas geografias resultantes do re<strong>de</strong>senho<br />

socioespacial oriundo do novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> acumulação, acenam para a ênfase na<br />

esfera local, o município, como o lugar catalisador das ações econômica, cultural,<br />

política etc, previamente pensadas e articuladas sob a forma <strong>de</strong> um novo paradigma,<br />

o chamado planejamento estratégico, expresso em documento que venha justificar<br />

aporte <strong>de</strong> verbas para a sua operacionalização.<br />

<strong>Da</strong> dinâmica, consta a previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização político-administrativa<br />

duplamente apoiada em: participação popular <strong>de</strong> um lado e parceria entre o setor<br />

público e o setor privado, <strong>de</strong> outro. Como se observa do novo paradigma, po<strong>de</strong><br />

constar, <strong>de</strong>corrente das parcerias, o interesse empresarial em projetos claramente<br />

capitalistas <strong>de</strong> dinamização da economia local, assim como, <strong>de</strong>corrente da<br />

participação, po<strong>de</strong> ocorrer uma real estratégia <strong>de</strong> aprofundamento da<br />

<strong>de</strong>mocratização social, enfatizando a participação popular como meio <strong>de</strong> assegurar<br />

apoio para políticas redistributivas (p.42). Não é difícil prever que os resultados das<br />

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