Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ
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DROGA DA VIOLÊNCIA FORMIDÁVEL – Capítulo 3<br />
Neste sentido, adverte:<br />
... o papel dos atores e da cultura política, da qual são portadores,<br />
constituem fatores essenciais para a <strong>de</strong>terminação seja do caráter<br />
<strong>de</strong>mocrático e participativo dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão, seja para a reprodução<br />
<strong>de</strong> padrões político-administrativos tradicionais....<br />
... A freqüência com que são feitas menções à existência <strong>de</strong> elementos<br />
clientelistas, autoritários e patrimonialistas no âmbito das administrações<br />
municipais, em que pesem nítidas diferenças regionais, serve para reforçar<br />
a convicção <strong>de</strong> que a cultura <strong>de</strong>mocrática não se instaura automaticamente,<br />
apesar dos esforços realizados por governos progressistas com esse<br />
objetivo, e do que parece ter sido assumido como uma inevitabilida<strong>de</strong>,<br />
especialmente com relação à chegada <strong>de</strong> partidos <strong>de</strong> esquerda à<br />
administração <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte... (i<strong>de</strong>m, i<strong>de</strong>m).<br />
Permanece assim, como um campo ainda fugente o tema da cultura<br />
<strong>de</strong>mocrática e <strong>de</strong> sua relação com o po<strong>de</strong>r local, a começar pela <strong>de</strong>magógica<br />
autonomia das organizações nos programas <strong>de</strong> gestão comunitária.<br />
Não se ignora que toda a gama <strong>de</strong> concepções sobre a <strong>de</strong>mocracia<br />
participativa, <strong>de</strong>correm das profundas transformações <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas pela<br />
globalização econômico-financeira do mundo, todas bastante evi<strong>de</strong>ntes não<br />
somente no campo imediato das relações produtivas, mas também no das estruturas<br />
organizacionais e da reestruturação sócio espacial, como, ainda, no campo<br />
antropológico, com o florescimento <strong>de</strong> novos padrões <strong>de</strong> cultura e <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> a<br />
serviço da multi-escópica re<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses oriundos do berçário globalizado. Essa<br />
origem no mercantilismo planetário, por mais veladas, maquiadas ou híbridas sejam<br />
hoje as suas formas <strong>de</strong> manifestação, longe <strong>de</strong> negarem o nascedouro, amiú<strong>de</strong> se<br />
revelam nuançadas nas mais variadas formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracias vendidas como<br />
participativas e, com a globalização, foram alavancadas profundas e diferenciadas<br />
alterações na esfera política, marcadamente as <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas pela crise do Estado<br />
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