Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ
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DROGA DA VIOLÊNCIA FORMIDÁVEL – Capítulo 3<br />
questão, e <strong>de</strong> se buscar o lado heróico do Estado-Nação trazido pela globalização,<br />
cuja afirmação revela mais fragilida<strong>de</strong> do que força. Como diz o autor, ele, o Estado<br />
não mais cria socieda<strong>de</strong> civil e <strong>de</strong>mocracia. O próprio advento da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>-<br />
mundo implica emergência <strong>de</strong> um território público em escala ampliada. Cada vez<br />
mais um sonhado nacionalismo vê mudar <strong>de</strong> sentido a sua face e o seu significado.<br />
O espaço público transcen<strong>de</strong> e atravessa os espaços locais e nacionais. Por isso, os<br />
meios <strong>de</strong> comunicação, antes capazes <strong>de</strong> transformar a política nacional, interna,<br />
tornam-se cada vez mais canais <strong>de</strong>ndríticos a serviço da comunicação<br />
transfronteiriça, planetária. Satélites, cabos, computadores, fibras óticas,<br />
transnacionalização das empresas <strong>de</strong> comunicação, são fatores <strong>de</strong>terminantes no<br />
quadro político atual.<br />
... Também é sintomático que se inicie neste século XXI um <strong>de</strong>bate sobre<br />
uma possível ‘<strong>de</strong>mocracia cosmopolita’, uma ‘socieda<strong>de</strong> civil mundial’, uma<br />
‘cidadania mundial’, isto é, temas extensivos ao planeta como um todo e já<br />
não mais restritos às fronteiras do Estado-Nação. Ele envolve atores<br />
diferenciados, ONGs, movimentos ecológicos, religiões...<br />
Por que não incluir aqui o movimento antidrogas, hoje fadado à<br />
planetarização a partir do transfronteirismo da droga?<br />
Crescem exponencialmente as problemáticas referentes à droga, antes<br />
endógenas, circunscritas à soberania dos estados nacionais. Hoje estão<br />
mundializadas e acentuadamente mais complexas, não só em extensão, mas em<br />
profundida<strong>de</strong>. Não por acaso, chama a atenção Ortiz (2003), que a discussão sobre<br />
a ética tenha ressurgido em temas planetários, a partir do momento em que a<br />
UNESCO, na década <strong>de</strong> 90, difundiu sua relação com a temática da globalização.<br />
Estudiosos franceses, na época, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram a construção <strong>de</strong> uma plataforma<br />
comum <strong>de</strong> valores eticamente partilhados, a exemplo da agenda que se produziu<br />
sobre a <strong>de</strong>manda dos problemas ambientais <strong>de</strong> proporções planetárias.<br />
Com a globalização, <strong>de</strong>u-se também a mundialização dos problemas e as<br />
dificulda<strong>de</strong>s em tratá-los, sobretudo o da segurança, conforme adverte Ortiz (2003).<br />
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