Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

DROGA DA VIOLÊNCIA FORMIDÁVEL – Capítulo 3
mais estruturais e de médio a longo prazo. As duas visões, a institucionalista e a
redistributivista, ambas devem resistir aos vícios do imediatismo, da remediação das
discursivas alegações de escassez de recursos e dos conflitos existentes, tão
comuns, entre os interesses eleitoreiros político-partidários das instituições
(corporativismos, ideários eleitorais, etc) e as necessidades prioritárias da
população.
Ambas, as contribuições, institucionalistas e as redistributivistas, uma e outra,
por sua vez, não prescindem de uma cooperação séria e continuada entre os três
níveis de governo, de forma que medidas paroquiais, passíveis de serem
implementadas pelos gestores locais como políticas públicas de pequeno e médio
alcance, devidamente atreladas a orçamentos participativos e à geração de
empregos regionais, possam ser desencadeadas concomitantemente com medidas
e ações de amplo espectro, via de regra de âmbito nacional, estruturalmente
abrangentes e capazes de soerguer níveis de renda de assalariados na região.
Afinal, excetuadas as experiências tópicas, reconhecidamente, bem
sucedidas, de adoção da estratégia de policiamento comunitário, já adotada em
outros Países, é sabido que enfrentar o tráfico não se restringe apenas a enfrentar
os traficantes. Não se pode subestimar o recurso à força policial, nas planejadas
tentativas de implementar, em incursão que se pretenda efetiva, duradoura e
consistente, medidas de desenvolvimento socioespacial em escala microlocal.
De maneira intensiva e continuada, adverte o autor, pois sabe-se que
... a gradual desterritorialização dos traficantes e o fortalecimento do
‘sistema imunológico’ das populações pobres passam, necessariamente,
por [incursões macro no plano econômico-social, sociopolítico e simbólico-
cultural]... (p.71).
Eis o caminho de um processo de incorporação cidadã, em que moradores
sitiados e submetidos a espaços segregados, transformados em verdadeiros
enclaves ilegais, dependem da educação para a conquista da autonomia pessoal,
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