03.06.2013 Views

Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A DROGA DO APELO À PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA – Capítulo 5<br />

inteligente <strong>de</strong> serviços, até via re<strong>de</strong>, geralmente cotados em dólar/hora pelo alto<br />

nível <strong>de</strong> excelência e sofisticação.<br />

Assim, tanto na base (terceirização), quanto no alto (consultoria) da pirâmi<strong>de</strong><br />

funcional, lucra o Estado em cifras, sob contratação temporária livre <strong>de</strong> ônus<br />

trabalhistas, com baixos salários na base para compensar aí o maior contingente a<br />

remunerar e, com altíssimos pagamentos no topo, já que aí a proporção da<br />

<strong>de</strong>manda profissional especializada é infinitamente menor. Não é difícil, ou melhor,<br />

dizendo, é mais cômodo <strong>de</strong>ssa forma, hoje, administrar comunida<strong>de</strong>s que antes lhe<br />

cabia promover integralmente, sem a chancela legal do princípio da subsidiarieda<strong>de</strong>,<br />

da autonomia, da participação e outros, sob os quais divi<strong>de</strong> com a comunida<strong>de</strong> mais<br />

ônus que bônus.<br />

Também importada do receituário capitalista é a terminologia cliente que hoje<br />

substitui ou qualifica o cidadão da rua, o aluno da escola, o paciente do hospital, o<br />

usuário do mercado e tantos outros, até porque essa terceirização não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser<br />

uma privatização disfarçada da mão-<strong>de</strong>-obra do cidadão, do ensino na escola, da<br />

saú<strong>de</strong> do hospital, do visitante do museu, do operário da fábrica etc. Não por acaso,<br />

em Saraiva e Capelão (2000) tão naturalmente se fala em<br />

enfatizar o atendimento das necessida<strong>de</strong>s tanto <strong>de</strong> regulação quanto <strong>de</strong><br />

serviços dos seus clientes/cidadãos, através <strong>de</strong> incentivos <strong>de</strong> programas<br />

<strong>de</strong> flexibilização da gestão pública, tornando sua máquina administrativa<br />

mais barata, ágil e receptiva à inovação gerencial e à autonomia<br />

administrativa (grifo nosso, I<strong>de</strong>m, p. 62).<br />

compreen<strong>de</strong>r como a aplicação <strong>de</strong> ferramentas do marketing no setor<br />

público po<strong>de</strong> auxiliar a melhoria dos serviços prestados ao cidadão (I<strong>de</strong>m, p.<br />

60).<br />

concentrar o foco <strong>de</strong> uma organização no cliente (o cidadão) não é apenas<br />

questão <strong>de</strong> proclamar uma nova política, é um processo que envolve<br />

estratégias, sistemas, priorida<strong>de</strong>s, atitu<strong>de</strong>s e comportamentos – resumindo,<br />

a cultura da organização [privada]. (grifo do autor,I<strong>de</strong>m p.64)<br />

Na subliminar ida<strong>de</strong> dos discursos está plantado um sem número <strong>de</strong><br />

categorias <strong>de</strong> análise que orientam as razões <strong>de</strong>sse apupo ao com unitarismo<br />

159

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!