Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

DROGA DE DISCURSEIRA POLÍTICO-EDUCACIONAL – Capítulo 4
empreendedorismo no asfalto, tinturada do verniz superficial e irresponsável que
golpeia fundo as expectativas das parcelas urbanas carentes, à eterna espera das
estruturais políticas públicas sociais.
Mais que o cofre público esvaziado pela corrupção, faltam vontade e coragem
políticas, dos governantes além de boa dose de preparo intelectual visionários aos
muitos que sentam no trono da representatividade das necessidades do povo. Falta
a captação arguta para recuar, como adverte Bourguignon (1998), à sedução fácil e
interessada ao apelo comunitarista, ao espírito gregário, ao mutirão popular e ao
assembleísmo sem voto que o Estado hoje prega como forma de repassar suas
responsabilidades de, certo modo, se omitir ou isentar de suas funções. Falta
inteligência de vanguarda na discussão sobre a droga,
...para pensar que a nova sociabilidade organizada pelo imperativo
publicitário de consumo tem uma moral própria, tem uma moral que acena
para um horizonte amoral de uma moral utilitarista...(grifo nosso, p.80).
É a propaganda da sociabilidade mercantilizada cujo poder, a tal ponto
incontestável, revela que
...a droga pode ser uma relação social.[ou] A relação social pode ser uma
droga (ibdem).
...onde declinam os mecanismos sociais reguladores, a delinqüência
aparece como retorno. (ibdem, p. 81)
Com o declínio do social e o seu lugar progressivamente invadido pela mídia,
pela publicidade, pela tecnologia e pela comunicação, a sociedade torna-se leniente
ao encontro social ou ao percurso das sociabilidades através da high tech. Eis o
sucateamento de
...uma sociabilidade que passa pela mercadoria, pela tecnologia, pela
materialidade [fria] e abstrata com relação à subjetividade, com relação à
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