Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ
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Introdução – Capítulo 1 3<br />
comunitarismo organizado das classes menos favorecidas ao <strong>de</strong>safio à<br />
<strong>de</strong>mocratização, pelo menos na retórica, à igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>, justiça e<br />
po<strong>de</strong>r, como que procurando sair bem na foto, os gestores <strong>de</strong> plantão brasileiros, a<br />
fala pronta para reverberar longe, <strong>de</strong> Kofi – Annan, em um <strong>de</strong> seus últimos discursos<br />
como secretário geral da O.N.U – a pobreza é sempre acompanhada pelo assalto à<br />
dignida<strong>de</strong> humana. Como que arrematando essa força feita para alcançar longa e<br />
profunda ressonância, a cana<strong>de</strong>nse Louise Arbour, em visita ao país em fim <strong>de</strong><br />
2007, em eventos comemorativos acadêmicos do Dia Internacional dos Direitos<br />
Humanos, 10 (<strong>de</strong>z) <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, sob o olhar externo <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> a ela conferida<br />
como alta comissária da Organização das nações Unidas, O.N.U., para direitos<br />
humanos; como Doutora honoris causa em 27 universida<strong>de</strong>s; e, como juíza da<br />
suprema corte <strong>de</strong> seu país e procuradora do Tribunal Penal Internacional, TPI, para<br />
Ruanda e para a ex – Iugoslávia, sentenciou um trabalho <strong>de</strong> casa às 191 (cento e<br />
noventa e uma) nações, afirmando – pobreza não é apenas causa, é também<br />
conseqüência da falta <strong>de</strong> direitos humanos.<br />
Prova maior <strong>de</strong>ssa afirmação é a ubiqüida<strong>de</strong> do tráfico e da má educação,<br />
entre outros problemas <strong>de</strong>correntes do aviltamento <strong>de</strong>sses direitos,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente dos limites territoriais dos países cuja reciprocida<strong>de</strong> lógica entre<br />
pobreza – vitimização, os dados estatísticos não <strong>de</strong>ixam escon<strong>de</strong>r.<br />
O problema não é fácil, não é simples e muito menos localizado, tamanho o<br />
po<strong>de</strong>r político <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rosas transnacionais e a força das maiores economias do<br />
mundo, em se sabendo que 51 (cinqüenta e uma) <strong>de</strong>las são corporações e não<br />
países, um dado primeiro para dimensionar as ramificações e sua força <strong>de</strong><br />
enraizamento planetário do tráfico transfronteiriço.<br />
A mídia, maioria das vezes <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da elite e a serviço <strong>de</strong>la, cuida <strong>de</strong><br />
espetacularizar a violência, <strong>de</strong> glamourizar a repressão, <strong>de</strong> eleger as vítimas, <strong>de</strong><br />
difundir o imaginário elitista <strong>de</strong> que a pobreza é a causa da violência e <strong>de</strong> disseminar<br />
a i<strong>de</strong>alização <strong>de</strong> agentes aptos a resolver a questão, como sendo um problema <strong>de</strong><br />
quintal entre vizinhos, sem resistência alguma, enfraquecidos que são pela escassez<br />
material que os con<strong>de</strong>na à indigência.