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Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

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DROGA DA VIOLÊNCIA FORMIDÁVEL – Capítulo 3<br />

... é preciso acreditar, em última instância além do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> conhecer,<br />

existe o clamor da justiça. Espera-se que a racionalida<strong>de</strong> humana seja<br />

principalmente expressa na Ética, sua fonte <strong>de</strong> expressão maior. (PELUSO,<br />

1993, p.62).<br />

Na concepção <strong>de</strong> Leão (1993), está posto o <strong>de</strong>safio da ética hoje, sob o<br />

princípio básico <strong>de</strong> que toda ética é uma luta obstinada e sem tréguas contra as<br />

abstrações da conduta humana. Eis por que, sobretudo os agentes das políticas<br />

públicas, haverão <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>rar em suas agendas, toda ação e reação motivada<br />

pelos diferentes interesses e i<strong>de</strong>ologias que povoam a comunida<strong>de</strong>, sejam <strong>de</strong><br />

esquerda, <strong>de</strong> centro ou <strong>de</strong> direita (i<strong>de</strong>m, p.63). Ao se levar em conta a colocação do<br />

autor <strong>de</strong> que o progresso é, <strong>de</strong> sua natureza, opaco para si mesmo, obtuso para as<br />

condições <strong>de</strong> suas próprias possibilida<strong>de</strong>s, e cego para os valores e para a<br />

operação <strong>de</strong> seus limites (i<strong>de</strong>m, p.63), abstrai-se que toda administração <strong>de</strong><br />

políticas, por mais progressista ou tecnicista que se possa preten<strong>de</strong>r, não <strong>de</strong>ve se<br />

distanciar da vertente ética. Sob as ré<strong>de</strong>as <strong>de</strong> um Estado tecnocrático, o progresso<br />

ten<strong>de</strong> a disseminar uma atmosfera <strong>de</strong>sfavorável, para o exercício da ética e o vigor<br />

da criação. Não sem propósito, cresce hoje cada vez mais a metamorfose das<br />

comunida<strong>de</strong>s em ajuntamento (i<strong>de</strong>m, p.66), precárias a princípio, o que lhe impõe a<br />

tarefa <strong>de</strong> constante luta pela reivindicação <strong>de</strong> espaços participativos na gestão<br />

pública <strong>de</strong> seus interesses. Cizânias na gestão são sinais manifestos <strong>de</strong><br />

cerebralização da ética em repartições estanques, momento em que correm o risco<br />

<strong>de</strong> se verem invadidas por umas falsas i<strong>de</strong>ntificações com suas necessida<strong>de</strong>s, que<br />

oportunamente, se instalam na falta <strong>de</strong>sta integração. É preciso, pois estranhar<br />

intervenções obtusas, apren<strong>de</strong>ndo em Leão (1993), que uma ética para as massas<br />

po<strong>de</strong> ser uma “ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> pirata” (i<strong>de</strong>m, p.67). Como adverte, a boa visão não é a<br />

que vê tudo que é visível. A boa visão é a que vê o invisível em tudo que é visível<br />

(i<strong>de</strong>m, p.70). eis que se faz pru<strong>de</strong>nte buscar pensar sempre a questão <strong>de</strong> fundo das<br />

organizações locais sob o compasso e o <strong>de</strong>safio da ética.<br />

Mais que prudência, trata-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda imperiosa, a observância da<br />

regulação ética nas investigações empíricas recentes sobre gestão e seus<br />

processos <strong>de</strong>cisórios, pois, segundo Barbosa (1999, p.36):<br />

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