Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ
Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ
Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A DROGA DO APELO À PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA – Capítulo 5<br />
analisada sob uma tipologia marcada por grupos <strong>de</strong> pequena escala, em relações<br />
solidárias, coesas, pessoais, espontâneas, cotidianas e permanentes, sob<br />
configuração <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s comuns, <strong>de</strong> consciência do nós, todas elas, no<br />
conjunto, propícias à prática do associativismo. O termo comunida<strong>de</strong> é uma<br />
reconstrução simbólica do passado sob novas roupagens e sob novas<br />
ressignificações, uma espécie <strong>de</strong> referência simbólica como estratégia discursiva<br />
articulada a <strong>de</strong>terminadas práticas e a <strong>de</strong>terminados objetivos políticos, como diz o<br />
autor, difusos, mas úteis o bastante para serem explorados até pelo mercado<br />
imobiliário, que busca forjar uma idéia vendilhã <strong>de</strong> vida em comunida<strong>de</strong> .<br />
Para Nogueira (2003, p.191), apela-se para a socieda<strong>de</strong> civil com o propósito<br />
<strong>de</strong> recompor as virtu<strong>de</strong>s cívicas inerentes à tradição comunitária. A socieda<strong>de</strong><br />
cível é mais que um conceito. É também um projeto político que cresceu como<br />
representação do crescimento da <strong>de</strong>mocracia participativa. É vista como conteúdo<br />
ético do Estado, capaz <strong>de</strong> articular e unir interesses, <strong>de</strong> politizar as ações e as<br />
consciências <strong>de</strong> superar tendências corporativas ou concorrenciais, <strong>de</strong> organizar<br />
consensos e hegemonias. Nela se busca compensar a lógica das burocracias<br />
públicas e do mercado com a lógica do associativismo cultural.<br />
Bem otimista com o conceito Uchoa (2004) sai em <strong>de</strong>fesa convicta:<br />
sem parcerias, não chegaremos a lugar nenhum. Até hoje, nenhum governo<br />
chegou a bons resultados na área <strong>de</strong> droga, trabalhando sozinho como<br />
governo. Ou ele trabalha em parcerias com a socieda<strong>de</strong>, ou ele não vai<br />
obter resultados (I<strong>de</strong>m, p.53).<br />
outra diretriz é a <strong>de</strong>finição da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e o bem-estar individual,<br />
como critério <strong>de</strong> eficácia para ... ações <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> danos (I<strong>de</strong>m, p. 54).<br />
A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> tanto apelo à parceria, à comunida<strong>de</strong>, à solidarieda<strong>de</strong>, à<br />
socieda<strong>de</strong> civil, nada se estabelece como norma <strong>de</strong> conduta dos que personificam o<br />
Estado, em postura compatível com o múnus público, senão a ética, <strong>de</strong>fendida por<br />
Melo (2002, p.7). Para ele a humanida<strong>de</strong> imprescin<strong>de</strong> da organização moral, pela<br />
qual os homens <strong>de</strong>vem regular-se para participar plenamente da vida em<br />
comunida<strong>de</strong>.<br />
166