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Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

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DROGA DA VIOLÊNCIA FORMIDÁVEL – Capítulo 3<br />

das favelas, este em conseqüência da territorialização dos espaços segregados por<br />

traficantes <strong>de</strong> drogas, fenômeno mais observável a partir da década <strong>de</strong> 80. Embora<br />

não seja, como ressalta o autor, um fechamento absoluto, haja vista a procedência e<br />

trânsito das drogas e armas, bem como dos consumidores das mesmas, não <strong>de</strong>ixa<br />

<strong>de</strong> ser fechamento real e efetivo, uma vez que:<br />

... ele <strong>de</strong>riva do controle dos contatos <strong>de</strong> cada favela com o mundo exterior<br />

pelos chefes do tráfico local, on<strong>de</strong> não só visitantes oriundos da cida<strong>de</strong><br />

formal´ (<strong>de</strong> políticos a funcionários da prefeitura) precisam <strong>de</strong> permissão do<br />

lí<strong>de</strong>r do tráfico para realizarem qualquer ativida<strong>de</strong> na favela sob o seu<br />

controle, mas também moradores <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada favela po<strong>de</strong>m ter a<br />

sua mobilida<strong>de</strong> restringida, ao serem vítimas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança ou ao se<br />

sentirem intimidados na hora <strong>de</strong> visitarem parentes ou amigos resi<strong>de</strong>ntes<br />

em uma outra favela, controlada por um grupo rival... (p. 58-59).<br />

Embora a formação dos condomínios exclusivos não tenha ocorrido como<br />

reação à formação <strong>de</strong> enclaves territoriais e todos os impactos negativos trazidos<br />

pelo tráfico <strong>de</strong> drogas, pois os primeiros resi<strong>de</strong>nciais surgiram bem antes no início<br />

dos anos 70, não se po<strong>de</strong> negar que a problemática crescente do tráfico <strong>de</strong> drogas<br />

com suas agravantes conseqüências, como as <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção,<br />

venham, cada vez mais, alimentar a auto-segregação, especialmente a partir da<br />

década <strong>de</strong> 90. (p.59).<br />

Adverte o autor que, com a violência e criminalida<strong>de</strong> crescentes, a refletir na<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida insatisfatória, políticos, administradores, pesquisadores e<br />

intelectuais têm sido pressionados cada vez mais a dar respostas convincentes e<br />

encontrar soluções eficazes. Mormente aqueles i<strong>de</strong>ntificados com a esquerda do<br />

espectro político, por conta do seu compromisso histórico com a ban<strong>de</strong>ira da<br />

participação popular no planejamento, ten<strong>de</strong>m a sofrer os maiores ônus e as<br />

maiores dores <strong>de</strong> cabeça, exatamente porque é a participação, ou pelo menos a<br />

livre e real possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agregação e participação dos moradores, que se vê<br />

progressivamente comprometida.<br />

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