Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ
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A DROGA DO APELO À PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA – Capítulo 5<br />
Ainda que se diga <strong>de</strong>clarada a hegemonia do mercado sobre a torneira da<br />
iniciativa social e seus <strong>de</strong>sígnios, há quem afirme, como Lüchmann (2005), que<br />
[a] socieda<strong>de</strong> civil, contraposta ao Estado, significa o campo virtuoso das<br />
ações e interações sociais que <strong>de</strong>safiam a lógica do po<strong>de</strong>r tradicional,<br />
<strong>de</strong>nunciando e <strong>de</strong>mandando a construção <strong>de</strong> uma nova socieda<strong>de</strong> pautada<br />
pela solidarieda<strong>de</strong>, pela eliminação das discriminações e pela redistribuição<br />
da riqueza social (p. 195)<br />
Há, também, quem acredite, como Arruda (1998), na<br />
... reflexão sobre o mundo <strong>de</strong> hoje nos leva à convicção, primeiro, <strong>de</strong> que o<br />
problema não é a globalização, mas esta globalização e, segundo, que uma<br />
outra globalização, <strong>de</strong> caráter essencialmente cooperativo, não apenas é<br />
possível, mas está em gestação... (I<strong>de</strong>m, p. 28)<br />
... e no <strong>de</strong>senvolvimento pessoal através da dimensão da comunida<strong>de</strong><br />
(I<strong>de</strong>m, p. 28); nas forças populares do Eu-e-nós (I<strong>de</strong>m, p. 29); no caminho<br />
cooperativo (I<strong>de</strong>m, p. 33).<br />
Por outro lado, não são poucos os autores, como Andrews e Kouzmin (1998,<br />
p.123), que convictamente insistem em<br />
abismo entre a crescente necessida<strong>de</strong> por intervenção do Estado e a<br />
i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong> mercado que predomina nos governos...<br />
[enorme] extensão na qual o paradigma do racionalismo econômico e a<br />
concepção centrada no mercado... dominam o pensamento sobre a<br />
natureza e o papel crescentemente complexo dos setores públicos<br />
É possível, no entanto, que tantos outros autores, sem entrar no mérito das<br />
discussões entre Estado e mercado, <strong>de</strong>fendam, como alternativas <strong>de</strong> ações<br />
concretas e palpáveis, o que Novaes (1999, p.9) atribuiu a ondas <strong>de</strong> popularida<strong>de</strong> ou<br />
a refocalização da questão social que a socieda<strong>de</strong> parece estar sendo convocada a<br />
reforçar os velhos e inventar os novos – a tão propagan<strong>de</strong>ada solidarieda<strong>de</strong>.<br />
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