03.06.2013 Views

Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

DROGA DA VIOLÊNCIA FORMIDÁVEL – Capítulo 3<br />

... Às vezes tenho a impressão <strong>de</strong> que a ênfase na ética significa um<br />

abandono da política, porém, o que gostaria <strong>de</strong> sublinhar neste texto, é que<br />

no quadro atual o <strong>de</strong>bate encontra-se comprometido. Valores como<br />

<strong>de</strong>mocracia, cidadania, liberda<strong>de</strong> estão ameaçadas quando no plano<br />

mundial o tema da segurança adquire uma dimensão <strong>de</strong>sproporcional...<br />

(p.15).<br />

Como bem <strong>de</strong>staca o autor – tudo se passa como se estivéssemos assistindo<br />

à emergência <strong>de</strong> uma ‘i<strong>de</strong>ologia da segurança, não mais nacional,... mas mundial<br />

(i<strong>de</strong>m, i<strong>de</strong>m).<br />

Enten<strong>de</strong>-se que, entre as problemáticas ameaçadoras como acentuação e<br />

expansão <strong>de</strong> abusos ambientais, <strong>de</strong> atos terroristas, <strong>de</strong> uso e tráfico <strong>de</strong> drogas,<br />

afinal perpassam questões comuns <strong>de</strong> violação <strong>de</strong> direitos, <strong>de</strong> xenofobia, <strong>de</strong><br />

discriminação, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, todas elas vividas no cotidiano das cida<strong>de</strong>s, como<br />

se fossem fenômenos naturais, invisíveis, o que ocorre para a naturalização e<br />

legitimação da violência.<br />

A nova or<strong>de</strong>m em vigor requer um revisionismo <strong>de</strong>ssas discussões em<br />

diversas frentes. Seja a <strong>de</strong> analisar a vonta<strong>de</strong> dos governos em formular suas<br />

políticas internas, seja a <strong>de</strong> partilhar medidas com conselhos <strong>de</strong> segurança<br />

supranacionais, seja a <strong>de</strong> repensar questões eludidas pela mídia como espaço <strong>de</strong><br />

formulação <strong>de</strong> crença, seja a <strong>de</strong> requerer outras instituições para arbitrar políticas.<br />

Seja, afinal, a <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar também que a ênfase na política não venha a significar<br />

um triste abandono da ética, em se pensando que as políticas e as instituições,<br />

simultaneamente, tanto as globais quanto as locais, sejam ou venham a se tornar<br />

reféns <strong>de</strong> ambições e interesses políticos e elitistas perpetuando <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e<br />

validando a exclusão da maioria, incontinenti à escalada da violência.<br />

Des<strong>de</strong> Aristóteles, acentua-se não o caráter absoluto da lei e dos valores<br />

morais, mas o condicionamento da vida ética, pontua Nogueira (1993, p.45). O<br />

filósofo grego é aqui invocado no sentido <strong>de</strong> se remontar ao passado a sua tentativa<br />

<strong>de</strong> harmonizar a subjetivida<strong>de</strong> da consciência com a objetivida<strong>de</strong> da lei moral.<br />

Quando a política é encerrada no enorme e complexo campo das lutas pelo po<strong>de</strong>r,<br />

106

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!