03.06.2013 Views

Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

Lorenzo Martins Pompilio Da Hora - Faculdade de Educação - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Consi<strong>de</strong>rações finais: – Capítulo 6 178<br />

direitos humanos <strong>de</strong>vem ser reconceptualizados como multiculturais, até porque o<br />

multiculturalismo é pré-condição <strong>de</strong> uma política contra-hegemônica <strong>de</strong> direitos.<br />

A história dos direitos humanos não permite refutar, a propósito, a conclusão<br />

<strong>de</strong> que as políticas <strong>de</strong> direitos estiveram em geral ao serviço dos interesses<br />

econômicos e geopolíticos dos Estados capitalistas hegemônicos que, em nome <strong>de</strong><br />

um falaz e sedutor discurso sobre direitos, sentem-se licenciados a adotar as<br />

políticas que interessam: ora a política <strong>de</strong> supervisibilida<strong>de</strong> quanto quer ressaltar<br />

seus feitos, ora a política <strong>de</strong> invisibilida<strong>de</strong> (I<strong>de</strong>m, p. 113), quando quer justificar a<br />

ocultação ou o <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> in<strong>de</strong>sejados, quando se trata <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s sobre<br />

direitos e interesses próprios.<br />

Novos movimentos sociais hoje empenhados em lutar por direitos em <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>de</strong> classes sociais e oprimidos, vitimizados por Estados capitalistas contrários aos<br />

seus interesses vêm colaborando no sentido <strong>de</strong> organizar diálogos interculturais <strong>de</strong><br />

direitos em direção à tarefa central – a chamada política emancipatória (I<strong>de</strong>m, p.113)<br />

<strong>de</strong> sublevar a mo<strong>de</strong>los universalistas <strong>de</strong> direito as organizações locais.<br />

<strong>Da</strong>r as costas para as questões sociais <strong>de</strong> fundo, justamente as que não<br />

interessam levantar a visão economicista <strong>de</strong> educação, significa persistir, na<br />

concepção <strong>de</strong> Auritzer (2002, p.151).<br />

No caso <strong>de</strong> países como o Brasil, em um padrão fragmentado e marcado<br />

pelo clientelismo, fazendo com que as políticas sociais se convertam muito<br />

mais em uma forma <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> máquinas clientelísticas do que em<br />

um mecanismo efetivo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> equilíbrio societário (grifo nosso).<br />

Isso implica pensar, em prol <strong>de</strong> uma outra relação entre Estado e socieda<strong>de</strong><br />

política, um processo que já tardio para a época - um processo <strong>de</strong> mudança na<br />

cultura política nas atitu<strong>de</strong>s e práticas dos atores sociais e nas formas <strong>de</strong> ação<br />

coletiva. (ib<strong>de</strong>m).<br />

Isso significa insistir na afirmação <strong>de</strong> que epistemologicamente lastreados,<br />

como acrescenta Tonetto (2005, p.122).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!