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memórias de parteiras - Repositório Institucional da UFSC

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nascido. Se chegasse a gestante e falasse que não fez pré<br />

natal eu já fazia a coleta <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong>la para ver o grupo<br />

sangüíneo, você enten<strong>de</strong>u, eu já tinha um anti- coagulante, e<br />

já encaminhava ao laboratório, e se era negativo, logo que a<br />

criança nascia eu já fazia aquela coleta via cordão umbilical.<br />

Os médicos recebiam por todos os partos! Inclusive foi uma<br />

polêmica em 1999, eu estava com o segundo grau incompleto e<br />

houve uma lei que o governo falou que todo auxiliar <strong>de</strong><br />

enfermagem tinha que ter o segundo grau. Aí eu reivindiquei,<br />

<strong>de</strong> acordo com a lei 8.190, artigo 91 diz assim que todo<br />

funcionário público tem que estu<strong>da</strong>r. E o governo estava<br />

pressionando, e a gente com medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o emprego, eu disse<br />

que queria um horário especial <strong>de</strong> acordo com a lei para que eu<br />

pu<strong>de</strong>sse estu<strong>da</strong>r. Ah Cardoso, eu não posso <strong>da</strong>r esse horário<br />

para você, se eu <strong>de</strong>r esse horário pra você todo mundo vai<br />

querer. Aí eu enviei um ofício para Belo Horizonte e consegui<br />

um horário, e tive que sair do hospital e fiquei no posto. E<br />

sempre os médicos dizendo: vamos voltar para o hospital D.<br />

Cardoso, porque sabiam que eu segurava a peteca para eles. Sem<br />

dúvi<strong>da</strong> o reconhecimento na instituição e a parte financeira<br />

<strong>de</strong>ixa a <strong>de</strong>sejar, mas tem o reconhecimento lá fora. Eu tenho um<br />

diploma do Rotary Club <strong>de</strong> Pirapora, é uma homenagem muito<br />

gran<strong>de</strong>. Isso é o que me enobrece, o que me faz trabalhar ca<strong>da</strong><br />

vez mais, apesar <strong>de</strong> estar requerendo minha aposentadoria com<br />

25 anos, mas isso me enobrece sem dúvi<strong>da</strong>, pois eu tenho um<br />

diploma <strong>de</strong> mérito <strong>de</strong> Pirapora. E se alguém chegar na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

perguntar por mim todo mundo conhece, tenho muitos afilhados,<br />

e quando me encontram: ah, você fez o parto <strong>da</strong> minha mãe e fez<br />

o meu também! É aquela história, sabe, agora que estou no<br />

posto dizem: oh, Cardoso, por quê você está aqui, seu lugar<br />

não é aqui não, é no hospital. Mas me <strong>de</strong>ixem <strong>de</strong>scansar um<br />

pouquinho. Mas eu gosto mesmo é <strong>de</strong> obstetrícia, e se fosse um<br />

horário <strong>de</strong> oito horas sinceramente eu já tinha voltado para<br />

lá, porque eu gosto.<br />

Hoje a gente não po<strong>de</strong> mais fazer parto, mas é aquele<br />

negócio, muitas vezes uma luz que você dá ao médico sem você<br />

fazer o parto, você está colaborando diretamente. Não precisa<br />

você fazer o parto. É o cui<strong>da</strong>do, a observação. Dr. parece que<br />

aquilo ali não está legal, o sr. dá uma olhadinha lá doutor,<br />

olhar se os batimentos estão firmes, porque isso a gente tem<br />

que olhar. É muito interessante, viu, é muito interessante,<br />

obstetrícia é muito interessante.<br />

Mas eu acho correto ter acabado, o COREN ter proibido pelo<br />

seguinte: porque o parto ficou para médico e não para<br />

auxiliar. Você já viu aquela história, ca<strong>da</strong> macaco no seu<br />

galho? É o caso do auxiliar <strong>de</strong> enfermagem. O auxiliar <strong>de</strong><br />

enfermagem <strong>de</strong>ve fazer o serviço <strong>de</strong> auxiliar, o médico <strong>de</strong>ve<br />

fazer o serviço <strong>de</strong>le certo. Porque na hora que vem uma bomba,<br />

Deus tenha dó, Deus tenha dó do auxiliar <strong>de</strong> enfermagem, porque<br />

se sabe que quando o auxiliar erra já viu[...]Ele vai fazendo<br />

100%, o dia que ele faz 99% não tem perdão, então acho correto<br />

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