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memórias de parteiras - Repositório Institucional da UFSC

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CAPÍTULO VI<br />

TECENDO REFLEXÕES FINAIS<br />

Um sonho sonhado sozinho não passa <strong>de</strong> um sonho,<br />

mas um sonho sonhado em conjunto torna-se<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. (Brecht)<br />

O caminho percorrido em to<strong>da</strong> a trajetória <strong>de</strong>sse estudo foi árduo e marcado por<br />

inquietações e perplexi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, mas ao mesmo tempo rico em novas <strong>de</strong>scobertas, e<br />

sobremaneira gratificante e muito prazeroso na medi<strong>da</strong> em iam se <strong>de</strong>senvolvendo as<br />

entrevistas e a trama se <strong>de</strong>senrolando. Esses encontros foram marcados pela força <strong>da</strong>s<br />

narrativas <strong>de</strong>stas mulheres que durante muito tempo em suas vi<strong>da</strong>s se <strong>de</strong>dicaram ao ato <strong>de</strong><br />

partejar. Abriram seus universos com simplici<strong>da</strong><strong>de</strong>, gentileza e uma vonta<strong>de</strong> enorme <strong>de</strong><br />

colaborar, enfim <strong>de</strong>ram vi<strong>da</strong>, fizeram com que se materializasse um fazer aparentemente<br />

simples mas tão complexo na sua essência.<br />

Emergem <strong>da</strong>s narrativas uma interpretação peculiar <strong>da</strong>quilo que a memória lhes permite<br />

re-criar: tornar possível e palpável na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> um passado peculiar cuja ênfase ou recorte é<br />

feito <strong>de</strong> maneira singular, enfatizando o que ca<strong>da</strong> uma dá maior importância a partir <strong>de</strong> sua<br />

visão <strong>de</strong> mundo, <strong>de</strong> seu imaginário. E, no entanto, essas narrativas confronta<strong>da</strong>s, tornam-se<br />

um espelho <strong>de</strong> uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> social e histórica que to<strong>da</strong>s compartilharam. Acredito ser esta<br />

uma enorme contribuição <strong>da</strong> história oral como metodologia, uma vez que entrelaça o<br />

individual e o coletivo, buscando uma construção histórica mais <strong>de</strong>mocrática e plural,<br />

superando os reducionismos, tanto na ênfase <strong>da</strong><strong>da</strong> ao sujeito em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

como o seu oposto. Assim, o sujeito não é abstração pura que tudo po<strong>de</strong>, nem a socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

uma redução a um conjunto <strong>de</strong> seres humanos. Outra questão importante a ser ressalta<strong>da</strong>

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