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memórias de parteiras - Repositório Institucional da UFSC

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No dicionário <strong>de</strong> filosofia Abbagnano (1998) diz que há dois sentidos para o<br />

humanismo: um <strong>de</strong>les é o movimento artístico que floresceu com o renascimento na segun<strong>da</strong><br />

meta<strong>de</strong> do século XIV, e o segundo seriam os movimentos filosóficos que tomam como<br />

premissa básica a natureza humana. Embora o humanismo tome aspectos diferenciados a<br />

partir do viés filosófico em que está inserido, este mesmo autor afirma: “[...] o humanismo é<br />

to<strong>da</strong> filosofia que tome o homem como ‘medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as coisas’, segundo antigas palavras<br />

<strong>de</strong> Protágoras” (ABBAGNANO, 1998 p.519). Assim o humanismo está fortemente articulado<br />

aos princípios existencialistas e fenomenológicos, mas encontra em nossa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> forte<br />

conotação do sentido religioso a ele atribuído principalmente no sentido <strong>de</strong> servir aos mais<br />

necessitados.<br />

Na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira geral e <strong>da</strong> enfermagem em particular, há uma presença<br />

marcante do humanismo, <strong>da</strong> enfermagem humanística nas teorias <strong>de</strong> enfermagem e a<br />

enfermeira brasileira que já na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> setenta atentava para a importância <strong>da</strong> humanização<br />

foi Wan<strong>da</strong> Horta, que afirmava: “Se a consciência <strong>da</strong> humanização não for percebi<strong>da</strong>, senti<strong>da</strong>,<br />

assimila<strong>da</strong> significativamente por todos nós, ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> per si, tudo continuará como está e<br />

ten<strong>de</strong>rá à <strong>de</strong>sumanização”(HORTA, 1977, p.3 ).<br />

Assim, penso que humanizar representa resgatar valores e tradições <strong>de</strong> maneira ética<br />

incorporando-os às tecnologias mais mo<strong>de</strong>rnas que efetivamente fazem parte do nosso<br />

cotidiano. Humanizar seria então uma opção humana muito mais volta<strong>da</strong> para o “ser” e não<br />

como é comum vermos na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> uma preocupação excessiva com o “ter”. Humanizar<br />

terá então como fatores prepon<strong>de</strong>rantes a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, o amor e a com-paixão.<br />

Assim, num momento em que o discurso <strong>da</strong> humanização do parto tornou-se o ponto<br />

alto para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> novas estratégias do cui<strong>da</strong>do a gestante durante o parto e nascimento,<br />

como não buscar resgatar a prática <strong>da</strong>s <strong>parteiras</strong>? Em que medi<strong>da</strong> esse fazer po<strong>de</strong> contribuir<br />

para a efetiva implementação <strong>da</strong> humanização do parto?<br />

Pelo exposto até aqui posso dizer que o problema colocado para essa pesquisa é: Como<br />

o <strong>de</strong>svelamento <strong>da</strong> prática empírica <strong>da</strong>s <strong>parteiras</strong> po<strong>de</strong> contribuir para a discussão sobre a<br />

humanização do parto na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e, em que medi<strong>da</strong> as relações <strong>de</strong> gênero, interferiram ou<br />

ain<strong>da</strong> interferem nesse processo?<br />

Sob a perspectiva até então abor<strong>da</strong><strong>da</strong> colocam-se os seguintes objetivos:<br />

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