memórias de parteiras - Repositório Institucional da UFSC
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mestrado, <strong>de</strong>cidi continuar as entrevistas com <strong>parteiras</strong> e complementar com uma oficina com<br />
enfermeiras obstétricas 7 .<br />
Como o tempo disponível para a realização <strong>da</strong> pesquisa era muito curto, e em função <strong>da</strong><br />
distância em que me encontrava do meu Estado <strong>de</strong> origem, <strong>de</strong>cidi entrevistar <strong>parteiras</strong> em<br />
Florianópolis, e a partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas entrevistas cheguei até uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do sul <strong>de</strong> Santa<br />
Catarina, Rio Fortuna. Já no mês <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2001 tendo retornado a Minas Gerais,<br />
especificamente ao norte <strong>de</strong> Minas, realizei mais três entrevistas, como havia proposto<br />
inicialmente. Assim, foram realiza<strong>da</strong>s quatro entrevistas no Estado <strong>de</strong> Minas Gerais (região<br />
norte mineira), nos seguintes municípios: Várzea <strong>da</strong> Palma (01), Jequitaí (01) e Pirapora (02).<br />
No Estado <strong>de</strong> Santa Catarina foram realiza<strong>da</strong>s três entrevistas, sendo duas em Florianópolis e<br />
uma no município <strong>de</strong> Rio Fortuna.<br />
3.2. A escolha <strong>da</strong> trama<br />
Escolhi como metodologia <strong>de</strong> pesquisa a história oral, enten<strong>de</strong>ndo que a mesma<br />
extrapola a técnica no sentido <strong>de</strong> “inscrever” na temática as marcas <strong>de</strong> quem as vivenciou,<br />
buscando na memória as nuanças que <strong>de</strong>ram forma e construiu histórias <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> carrega<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />
significados. Concordo com Bosi quando diz que:<br />
A memória é um cabe<strong>da</strong>l infinito no qual só registramos um fragmento.<br />
Freqüentemente, as mais vivas recor<strong>da</strong>ções afloram <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> entrevista, na hora do<br />
cafezinho, na esca<strong>da</strong>, no jardim, ou na <strong>de</strong>spedi<strong>da</strong> no portão. Muitas passagens não<br />
foram registra<strong>da</strong>s, pois foram conta<strong>da</strong>s em confiança, como confidências.<br />
Continuando a escutar outro tanto e ain<strong>da</strong> mais. Lembrança puxa lembrança e seria<br />
preciso um escutador infinito. (BOSI 1999, p.39)<br />
Compreendo esta limitação que nos é coloca<strong>da</strong>, a meu ver, pelo simples fato <strong>de</strong> que é<br />
impossível uma apropriação do todo, uma objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> que foge à nossa temporali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
mesmo! Mas com tudo isto é preciso estar atenta/o para o fato <strong>de</strong> que relatos <strong>de</strong> uma maneira<br />
geral circunscrevem a existência humana, <strong>de</strong>ixando interditos fragmentos cujas dimensões<br />
não po<strong>de</strong>m ser reduzi<strong>da</strong>s, não po<strong>de</strong>m ser apropriados pela/o pesquisadora/or como ver<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
última em que “[...]os fenômenos sociais, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> maior ou menor habili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
talento do pesquisador, sempre escaparão à sua <strong>de</strong>scrição, que a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> e riqueza que<br />
eles portam não po<strong>de</strong>m ser reduzi<strong>da</strong>s nas formas intelectuais do relato”. (REZENDE et. al.<br />
1996, p. 22)<br />
7 A disciplina <strong>de</strong> prática Hospitalar busca uma “aproximação” efetiva entre teoria e prática no curso <strong>de</strong> mestrado <strong>da</strong> <strong>UFSC</strong>.<br />
Como na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> não há <strong>parteiras</strong> em exercício, resolvi fazer a oficina com enfermeiras obstetras.<br />
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