SÃntese Anual da Agricultura de Santa Catarina - 2001-2002 - Cepa
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camarão marinho<br />
As exportações catarinenses <strong>de</strong> camarão<br />
congelado diminuíram um pouco em <strong>2001</strong><br />
(que<strong>da</strong> <strong>de</strong> 21,7% em relação ao ano anterior).<br />
Foram exporta<strong>da</strong>s 155,4 tonela<strong>da</strong>s, totalizando<br />
US$ 1.029.894,00 (Tabela 2). Os camarões,<br />
juntamente com os peixes congelados, foram<br />
os produtos mais negociados no mercado internacional.<br />
TABELA 2/I – EXPORTAÇÕES CATARINENSES DE<br />
CAMARÕES CONGELADOS – 1997-<strong>2001</strong><br />
EXPORTAÇÃO<br />
ANO kg US$ FOB US$ FOB/kg<br />
1997 6.150 40.300,00 6,55<br />
1998 10.890 57.960,00 5,32<br />
1999 46.320 445.636,00 9,62<br />
2000 198.537 1.791.153,00 9,02<br />
<strong>2001</strong> 155.434 1.029.894,00 6,63<br />
FONTE: Secex/Decex.<br />
To<strong>da</strong> a produção catarinense é absorvi<strong>da</strong><br />
pelo mercado, compra<strong>da</strong> por empresas catarinenses<br />
e do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />
Os preços em <strong>2002</strong> estão um pouco abaixo<br />
dos níveis <strong>de</strong> <strong>2001</strong>.<br />
A espécie cultiva<strong>da</strong> pelos produtores catarinenses<br />
é o Litopenaeus vannamei (camarãobranco-do-pacífico),<br />
uma espécie exótica, também<br />
cultiva<strong>da</strong> nos outros estados, que tem na<br />
rustici<strong>da</strong><strong>de</strong>, na boa taxa <strong>de</strong> sobrevivência, na<br />
boa conversão e sobrevivência as características<br />
que fizeram o sucesso <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s instala<strong>da</strong>s<br />
a partir dos anos 90.<br />
O conhecimento dos custos <strong>de</strong> produção<br />
auxiliam na condução do negócio. Por isso, o<br />
Instituto <strong>Cepa</strong>/SC, juntamente com a Epagri,<br />
calculou os custos <strong>de</strong> produção do camarão<br />
consi<strong>de</strong>rando dois sistemas <strong>de</strong> cultivo, que representam<br />
a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> maioria dos produtores<br />
do estado.<br />
No sistema em que o povoamento é <strong>de</strong> 15<br />
camarões por metro quadrado ( utilizado em<br />
fazen<strong>da</strong>s novas para evitar maiores riscos), o<br />
custo <strong>de</strong> produção total por quilo <strong>de</strong> camarão<br />
produzido em um ciclo ficou em R$ 5,07.<br />
Em outro sistema, utilizado em fazen<strong>da</strong>s<br />
com tanques já “maduros”, com um povoamento<br />
<strong>de</strong> 25 camarões por metro quadrado,<br />
o custo total ficou um pouco mais baixo,<br />
R$ 4,93 por quilo <strong>de</strong> camarão produzido.<br />
Como o preço médio pago ao produtor fica<br />
em torno <strong>de</strong> R$ 8,00, po<strong>de</strong>-se observar a viabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sse agronegócio. No entanto, não<br />
se po<strong>de</strong> esquecer que este ramo tem um investimento<br />
inicial relativamente alto, em torno<br />
<strong>de</strong> 20 mil reais por hectare, sem consi<strong>de</strong>rar<br />
o preço <strong>da</strong> terra, que nos últimos anos tem<br />
aumentado muito em função <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> procura<br />
por novos investidores. As terras que<br />
eram vendi<strong>da</strong>s em torno <strong>de</strong> R$ 500,00 o hectare,<br />
atualmente alcançam valores superiores<br />
a R$ 10.000,00.<br />
A carcinicultura catarinense continua sendo<br />
impulsiona<strong>da</strong> por fatores como a forte <strong>de</strong>man<strong>da</strong><br />
pelo produto, a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mão-<strong>de</strong>-obra e as características <strong>da</strong>s áreas e<br />
águas apropria<strong>da</strong>s ao cultivo, que, alia<strong>da</strong>s à<br />
tecnologia emprega<strong>da</strong> com o apoio <strong>da</strong> Epagri<br />
e Ufsc, fazem com que as perspectivas para<br />
os próximos seis a oito anos sejam que “o<br />
cultivo <strong>de</strong> camarão <strong>de</strong>verá atingir 2.500 hectares<br />
<strong>de</strong> área alaga<strong>da</strong>, envolvendo 500 criadores,<br />
em boa parte médios e gran<strong>de</strong>s” (<strong>de</strong> acordo<br />
com a publicação do Instituto <strong>Cepa</strong>/SC<br />
“Perspectivas para a <strong>Agricultura</strong> Familiar –<br />
Horizonte 2010”).<br />
José Souza Filho<br />
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Síntese <strong>Anual</strong> <strong>da</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>de</strong> <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong> >> <strong>2001</strong>-<strong>2002</strong>