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Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina - 2001-2002 - Cepa

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uva<br />

o plantio <strong>de</strong> uvas finas para vinho na região<br />

serrana em 2000 e, mais recentemente, a implantação<br />

<strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial, cuja<br />

operação está sendo espera<strong>da</strong> para 2004.<br />

O Banco Regional <strong>de</strong> Desenvolvimento do<br />

Extremo Sul – BRDE – e os <strong>de</strong>mais agentes financeiros<br />

que operam os programas administrados<br />

pelo BNDES financiam a instalação e a<br />

reconversão <strong>de</strong> vinhedos com taxas pré-fixa<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> 8,75% ao ano, com limite <strong>de</strong> R$ 20 mil<br />

por hectare e <strong>de</strong> R$ 100 mil por produtor.<br />

As iniciativas em curso resultam, <strong>de</strong> certa<br />

forma, <strong>de</strong> um esforço conjunto e continuado,<br />

envolvendo instituições do setor público e organizações<br />

<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil liga<strong>da</strong>s à Câmara<br />

Setorial <strong>de</strong> Uva e Vinho. A<strong>de</strong>mais, as condições<br />

econômicas e especialmente a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> favorecem o seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Quanto à comercialização nacional, entre<br />

as principais uvas <strong>de</strong> mesa estão a Niágara,<br />

como uva comum, e a Itália e Itália Rubi,<br />

como uvas finas.<br />

Para a produção <strong>de</strong> vinhos, no Rio Gran<strong>de</strong><br />

do Sul, on<strong>de</strong> se processam mais <strong>de</strong> 350 milhões<br />

<strong>de</strong> litros por ano, reina absoluta a Isabel,<br />

com mais <strong>de</strong> 200 mil tonela<strong>da</strong>s/ano.<br />

Para a produção <strong>de</strong> vinhos finos, <strong>de</strong>stacamse<br />

em volume a Merlot, a Cabernet Sauvignon e<br />

a Cabernet Franc entre as tintas; a Moscato, a Riesling,<br />

a Trebbiano e a Semillon, entre as brancas.<br />

Apesar <strong>da</strong> ampliação <strong>da</strong> área nacional cultiva<strong>da</strong><br />

com irrigação, tanto para a produção <strong>de</strong><br />

uvas <strong>de</strong> mesa como para vinhos finos, as condições<br />

naturais impõem uma forte concentração<br />

na oferta <strong>de</strong> uvas <strong>de</strong> mesa nos meses <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro a março, época <strong>de</strong> concentração<br />

também na colheita <strong>de</strong> uvas para produção do<br />

vinho fino no Sul do Brasil.<br />

Apesar <strong>de</strong> a produção brasileira ain<strong>da</strong> representar<br />

muito pouco tanto na produção <strong>de</strong><br />

uvas quanto na <strong>de</strong> vinhos, no cenário mundial,<br />

a abertura comercial inicia<strong>da</strong> nos anos 90, os<br />

acordos celebrados no âmbito do Mercosul e a<br />

ampliação <strong>de</strong> mercado experimenta<strong>da</strong> <strong>de</strong>pois<br />

do Plano Real estão a exigir uma maior aproximação<br />

<strong>da</strong>s estatísticas com os resultados <strong>da</strong><br />

balança comercial brasileira. Dados <strong>de</strong> organismos<br />

internacionais já colocam o Brasil entre<br />

os <strong>de</strong>z maiores importadores <strong>de</strong> uvas, especialmente<br />

do Chile e <strong>da</strong> Argentina.<br />

Apesar <strong>de</strong> todos os avanços em <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong><br />

e no Brasil, a cultura enfrenta uma concorrência<br />

inimagina<strong>da</strong> há <strong>de</strong>z anos com a entra<strong>da</strong><br />

do Chile na oferta <strong>de</strong> uvas e vinhos; mais<br />

recentemente, os problemas econômicos <strong>da</strong> Argentina<br />

permitirão competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> à produção<br />

<strong>de</strong>sses países, que estarão se tornando os<br />

maiores fornecedores <strong>de</strong> vinhos para o Brasil<br />

em muito pouco tempo.<br />

O Chile especializou-se na fruticultura <strong>de</strong><br />

clima temperado, especialmente em frutas <strong>de</strong><br />

caroço, uva finas e vinhos finos e se tornou<br />

muito agressivo no mercado mundial, especialmente<br />

por sua produção direciona<strong>da</strong> aos<br />

mercados mais exigentes. Em função disso, o<br />

mercado brasileiro fica à mercê do exce<strong>de</strong>nte<br />

do mercado europeu, americano e asiático.<br />

A<strong>de</strong>mais, é importante observar que, no mercado<br />

<strong>de</strong> vinhos finos, há uma <strong>de</strong>saceleração no<br />

consumo dos principais mercados, em contraposição<br />

à ampliação no consumo <strong>de</strong> mercados<br />

emergentes, entre eles a Ásia e o Brasil. Contudo,<br />

o mais importante hoje e nos próximos anos<br />

é a exposição a que estará submeti<strong>da</strong> a produção<br />

brasileira, tendo que ampliar o mercado interno<br />

<strong>de</strong> vinhos finos, com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e preço capazes<br />

<strong>de</strong> garantir um aumento relativo <strong>da</strong> presença do<br />

vinho fino nacional no mercado brasileiro.<br />

Francisco Assis <strong>de</strong> Brito<br />

Síntese <strong>Anual</strong> <strong>da</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>de</strong> <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong> >> <strong>2001</strong>-<strong>2002</strong><br />

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