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relatório Direitos Humanos no Brasil 2010 - Fundação Heinrich Böll

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A impunidade dos crimes de tortura praticados por agentes do Estado tem sido apontadacomo um dos principais fatores responsáveis pela continuidade dessa prática nas forçaspoliciais. Mas, para além da impunidade presente <strong>no</strong>s casos de hoje, a existente emrelação aos torturadores que atuaram durante a ditadura militar ainda persiste. Dessemodo, não é de se estranhar que, justamente durante a vigência do Estado Democráticode Direito, a tortura ainda exista e os torturadores permaneçam impunes.Tortura <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: a persistência da impunidadeMaria Gorete Marques de Jesus *O tema da segurança pública passou a ocupar grande atenção pública e a ser umadas principais pautas na agenda social e política brasileira. O contexto atual revela queas políticas tradicionais de controle do crime e da violência, militarizadas e baseadas narepressão, não têm contribuído para a diminuição da criminalidade. Muito pelo contrário,elas têm reproduzido a violência e arbitrariedades de outros períodos históricos do <strong>Brasil</strong>,como o da ditadura militar (1964-1985).A promulgação de uma Constituição Cidadã (1988) não foi suficiente para garantira eliminação de práticas violentas e arbitrárias por parte de agentes do Estado contra oscidadãos. Nos jornais, ainda estão presentes <strong>no</strong>tícias de pessoas sendo seviciadas pelasforças policiais, que, em um Estado Democrático de Direito, deveriam zelar pela defesados direitos huma<strong>no</strong>s.O “Relatório sobre tortura” 1 , lançado pela Pastoral Carcerária neste a<strong>no</strong>, demonstraque a tortura, os castigos corporais e degradantes promovidos contra pessoas privadas deliberdade ainda são frequentes nas unidades prisionais brasileiras. Entre 1997 e 2009, aPastoral Carcerária denunciou 211 casos de tortura. O maior número deles aconteceu emSão Paulo (71), Maranhão (30), Goiás (25) e Rio Grande do Norte (12). São Paulo apresenta*Maria Gorete Marques de Jesus é mestre em sociologia, especialista em direitos huma<strong>no</strong>s e pesquisadora do Núcleo deEstudos da Violência da USP.1“Relatório sobre tortura: uma experiência de monitoramento dos locais de detenção para prevenção da tortura” (SãoPaulo, Pastoral Carcerária, <strong>2010</strong>).137<strong>Direitos</strong> huma<strong>no</strong>s.indd 13711/18/10 12:15:42 PM

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