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relatório Direitos Humanos no Brasil 2010 - Fundação Heinrich Böll

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<strong>Direitos</strong> Hu m a n o s n o Br a s i l <strong>2010</strong>O debate em tor<strong>no</strong> da mudança do Código Florestal é feito por Aziz Ab’Saber, professoremérito de geografia da Universidade de São Paulo (USP). O geógrafo defende quepressionar por uma liberação ampla dos processos de desmatamento significa desconhecera progressividade de cenários bióticos a diferentes espaços de tempo futuro.A erradicação do trabalho escravo foi tratada por Ricardo Rezende, coordenador doGrupo de Pesquisa Trabalho Escravo do NEPP-DH da UFRJ. Num balanço dos doismandatos do gover<strong>no</strong> Lula, o autor concluiu que metade das denúncias de trabalho escravonão produziu fiscalização, pois faltavam dados nas peças das denúncias, uma vez queo Estado não foi capaz de agir com a rapidez necessária. Ainda sobre direitos huma<strong>no</strong>s<strong>no</strong> meio rural, o relatório traz análises sobre a situação dos povos indígenas, quilombolas,atingidos por barragens e sobre o papel do campesinato.Um dos temas tratados sobre direitos huma<strong>no</strong>s <strong>no</strong> meio urba<strong>no</strong> é a situação dospresídios. Segundo José de Jesus Filho, assessor da Pastoral Carcerária Nacional, “o <strong>Brasil</strong>é o quarto país <strong>no</strong> mundo em número de presos. Os Centros de Detenção Provisória permanecemsuperlotados. Com a aceleração <strong>no</strong> aumento de número de presos, as condiçõesprisionais tendem a piorar, com o baixo número de agentes penitenciários para a efetivacustódia e aumento de doenças infecto-contagiosas”.A permanência da prática da tortura é tratada por Maria Gorete Marques, pesquisadorado Núcleo de Estudos da Violência da USP, que afirma: “A impunidade dos crimesde tortura praticados por agentes do Estado tem sido apontada como um dos principaisfatores responsáveis pela continuidade dessa prática nas forças policiais. Mas, para alémda impunidade presente <strong>no</strong>s casos de hoje, a existente em relação aos torturadores queatuaram durante a ditadura militar ainda persiste. Desse modo, não é de se estranhar que,justamente durante a vigência do Estado Democrático de Direito, a tortura ainda exista eos torturadores permaneçam impunes”. A violência urbana e, em particular, o papel daschamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) <strong>no</strong> Rio de Janeiro é o tema abordadopelo professor Ignacio Ca<strong>no</strong>, do Laboratório de Análise da Violência da UniversidadeEstadual do Rio de Janeiro (UERJ).Outro tema polêmico diz respeito aos direitos reprodutivos, abordado pela advogadaBeatriz Galli, que analisa uma pesquisa recente sobre o aborto <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. “De acordo comos resultados, uma em cada sete brasileiras, entre dezoito e 39 a<strong>no</strong>s, já realizou ao me<strong>no</strong>sum aborto na vida, o equivalente a uma multidão de cinco milhões de mulheres. De acordocom o estudo, na faixa etária entre 35 e 39 a<strong>no</strong>s, a proporção é ainda maior: uma emcada cinco mulheres já fez um aborto. A pesquisa mostra que há um problema de saúdepública a enfrentar”, explica a autora.Ainda sobre os direitos das mulheres, o livro traz uma avaliação da Lei Maria daPenha. Segundo as autoras, Ana Paula Ferreira, Emilia Jomalinis e Luzia Albuquerque,uma mulher é assassinada a cada duas horas, o que coloca o <strong>Brasil</strong> em 12º lugar <strong>no</strong>ranking mundial de homicídios de mulheres. A maioria das vítimas é morta por parentes,maridos e ex-companheiros.16<strong>Direitos</strong> huma<strong>no</strong>s.indd 1611/18/10 12:15:29 PM

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