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relatório Direitos Humanos no Brasil 2010 - Fundação Heinrich Böll

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Nos conflitos envolvendo o setor elétrico, o apelo ao “desenvolvimento” como justificativapara as perdas a serem suportadas pelos povos indígenas pouco difere do quadro vivenciado<strong>no</strong> tempo do regime militar. Ali, o boom desenvolvimentista devastava centenas de gruposindígenas, sobretudo, os isolados. A diferença é que o <strong>Brasil</strong> de hoje possui um marco constitucionalcom importantes princípios e instrumentos protetivos aos direitos indígenas.Avatar é aqui! Povos indígenas, grandes obras econflitos em <strong>2010</strong>Rosane F. Lacerda *Tentar efetuar um balanço e uma análise em poucas linhas de uma realidade tãorica e complexa quanto à relativa aos direitos huma<strong>no</strong>s dos povos indígenas é algo queexige imenso esforço de síntese, além da natural busca por dados fidedig<strong>no</strong>s. Devido aosestreitos limites desta obra coletiva, trazemos aqui apenas um apanhado geral sobre osacontecimentos mais relevantes do a<strong>no</strong>, tendo como fontes de dados publicações especializadase matérias jornalísticas disponibilizadas na internet.Em <strong>2010</strong>, além dos tradicionais conflitos envolvendo a posse e demarcação das terrasindígenas, destacaram-se aqueles relativos a grandes projetos infraestruturais ligados aoPrograma de Aceleração do Crescimento (PAC), do gover<strong>no</strong> federal, ou a interesses econômicosregionais e locais com incidência naquelas terras.1. Povos indígenas vs. grandes obrasObras em curso e o anúncio de projetos ligados ao setor elétrico com incidência nasterras indígenas foram responsáveis, neste a<strong>no</strong>, por grande parte das insatisfações manifestadaspelas lideranças indígenas e das tensões com setores do gover<strong>no</strong>. O a<strong>no</strong> mal haviacomeçado e a Terra Raposa Serra do Sol foi surpreendida com o anúncio da liberação,*Rosane F. Lacerda é advogada indigenista. Foi assessora jurídica do Conselho Indigenista Missionário de 1987 a 2005.É mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília (UnB), doutoranda em Direito na UnB, pesquisadoraem <strong>Direitos</strong> Indígenas e professora-assistente de Direito Público na Universidade Federal de Goiás (UFG)– Campus Jataí (CAJ) e membro do grupo de pesquisa “O Direito Achado na Rua” (UnB).81<strong>Direitos</strong> huma<strong>no</strong>s.indd 8111/18/10 12:15:36 PM

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