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relatório Direitos Humanos no Brasil 2010 - Fundação Heinrich Böll

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<strong>Direitos</strong> d e g ay s, l é s b i c a s, b i s s e x u a i s, t r ave s t i s e t r a n s e x u a i ss ã o direitos h u m a n o s: p a n o r a m a brasileiro em <strong>2010</strong>em <strong>2010</strong> sem ter sido apresentado, em seu projeto, um detalhamento das ações pretendidaspara o futuro, ficando apenas <strong>no</strong>ticiadas sua abrangência e profundidade, por associaros setores da educação, da segurança, a comunidade e os alu<strong>no</strong>s. A última informaçãoapresentada pelo relatório é a necessidade de haver um tratamento positivo das temáticasde gênero e sexual pelos livros didáticos participantes das licitações de abastecimento dasescolas a ocorrer em <strong>2010</strong>, para o ensi<strong>no</strong> fundamental, e em 2012 para o ensi<strong>no</strong> médio.A existência de um programa abrangente de promoção dos direitos huma<strong>no</strong>s colocaa questão dos direitos LGBT em evidência como diretriz para políticas públicas porparte do Executivo brasileiro. O relatório aqui comentado mostra isso, muito embora sejanecessário um aprofundamento dos detalhes desses programas, especialmente a respeitoda dotação orçamentária e de sua aplicação. Os quatro ministérios que possuem o maiornúmero de ações mostram em que áreas a sociedade brasileira é mais sensível quanto aotema, sendo elas a Justiça, a educação e a saúde. As ações executadas ou empreendidasnestes três vieses residem numa reelaboração de conceitos vigentes socialmente e precisamser sustentadas para que os direitos conquistados não passem por retrocessos com o passardo tempo, como ocorre, por exemplo, em estados <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>s onde o casamentoentre homossexuais foi legalizado e a decisão foi revogada ou questionada fortemente.Eleições e a composição parlamentar quanto aos direitos LGBTPor <strong>2010</strong> ter sido a<strong>no</strong> de eleições, uma questão ganhou importância para os movimentosde defesa dos direitos LGBT: a política brasileira <strong>no</strong> Legislativo. Como vimosacima, o gover<strong>no</strong> tem uma série de ações voltadas para a promoção dos direitos huma<strong>no</strong>s,por pressões internas e externas. Internamente, critica-se a subcategorização dos cidadãoshomossexuais e transexuais pela prática de leis do Estado, e, externamente, figuram, principalmente,as metas do milênio, que, muito embora não mencionem explicitamente aquestão LGBT, contemplam direitos desta categoria tanto em suas assertivas a respeito daigualdade de gênero como na questão HIV/Aids. É sabido, <strong>no</strong> entanto, que o <strong>Brasil</strong>, emtermos de política <strong>no</strong> âmbito legislativo, não tem dos melhores ambientes.Neste a<strong>no</strong>, muitas campanhas foram elaboradas por movimentos sociais LGBTquanto ao voto consciente e sensível à cidadania e à promoção do Estado laico e democrático.Na Câmara dos Deputados e <strong>no</strong> Senado, existem projetos de lei que circulamhá a<strong>no</strong>s e que constituem polêmica quanto às uniões homossexuais, o acesso de casaishomossexuais à adoção de crianças, a disponibilização de serviços médicos e psicológicosa transexuais pelo sistema público de saúde, o combate à homofobia e o acesso de parceiroshomossexuais a convênios de saúde, com posições bastante opostas entre si. A maioria dosprojetos data do final dos a<strong>no</strong>s 1990 e do início dos a<strong>no</strong>s 2000, e o mais recente sugere avedação explícita de homossexuais à adoção de crianças (PL 7018/<strong>2010</strong>).A ABGLT, para citar como exemplo, acompanha a atividade parlamentar a respeitodos direitos civis, mantém os projetos de lei sugeridos sob vigilância e procura auferir oapoio de candidatos de todas as tendências políticas para a causa LGBT. Neste a<strong>no</strong>, foi177<strong>Direitos</strong> huma<strong>no</strong>s.indd 17711/18/10 12:15:47 PM

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