<strong>Direitos</strong> Hu m a n o s n o Br a s i l <strong>2010</strong>diu incluir a eleição de representantes emigrantes em seu Congresso, além de ser o primeiroEstado a propor, formalmente, o passaporte universal. Há, também, o exemplo daLei Migratória da Argentina, que se baseia, explicitamente, <strong>no</strong>s direitos dos migrantes,e tem uma clara inspiração da verdadeira integração sul-americana, incorporando, desde2004, os acordos de livre circulação, residência e trabalho do Mercosul, que também foramimplementados, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> passado, na Bolívia, Chile, <strong>Brasil</strong>, Uruguai e Paraguai.Por outro lado, assim como defendemos o direito dos povos a migrar, a se estabelecer,trabalhar e viver amparados por todos os direitos – da mesma forma que os cidadãosnativos dos países de trânsito e desti<strong>no</strong> –, defendemos o direito a permanecer, um direitoque é anterior ao de migrar e que inclui o direito a viver dignamente e se desenvolver <strong>no</strong>lugar de origem, a se locomover dentro e fora do próprio país, ter a liberdade de poderpermanecer na própria terra, dos seus antepassados, com sua cultura, costumes e saberes.E, se por um ou diversos motivos, as pessoas devem migrar, deve-se garantir o direito depoder voltar à sua terra, sem condicionalidade alguma. Não se pode pensar os direitosdos migrantes somente a partir da necessidade de migrar. Há o direito ao “arraigo”. O depermanecer na terra de origem. É um complemento necessário para a liberdade plena.Em síntese, a cidadania universal significa questionar a fundo a ideia de que osdireitos dependem de ser nacional de um país determinado, para substituí-la pela práticade reconhecer esses direitos para todo o ser huma<strong>no</strong>, por seus sonhos, suas alegrias,suas e<strong>no</strong>rmes potencialidades de contribuir para a construção de uma “<strong>no</strong>va des-ordem”,basea da, ao contrário da “ordem” do capital, <strong>no</strong> ple<strong>no</strong> respeito à vida e à liberdade pessoale coletiva para ser e existir sem ameaças e violência 1 .IV Fórum Social Mundial das Migrações: desafios e propostasEntre os dias 8 e 12 de outubro de <strong>2010</strong>, mais de 600 pessoas, provenientes de 45países, e outras tantas, do Equador, estiveram em Quito, participando do IV FSMM, quetinha como lema: “Derrubando o modelo e construindo atores – povos em movimentopela cidadania universal”. Os debates, mesas, seminários e oficinas foram em tor<strong>no</strong> doseixos: crise global e migrações, direitos huma<strong>no</strong>s, diversidade, convivência e transformaçõessócio-culturais e <strong>no</strong>vas formas de escravidão. Além dos seminários, houve um diálogocom o Fórum de Autoridades Locais – Cidades Abertas, a Assembleia dos MovimentosSociais e a Marcha dos Movimentos Sociais, realizada em parceria com o Congresso daCoordenadoria Lati<strong>no</strong>-Americana de Organizações Campesinas (Cloc), que teve o lema:“Soberania alimentar, dignidade e cidadania universal”.ConstataçõesVivemos uma crise do capitalismo. Uma crise econômica, financeira, energética,ambiental e alimentar. Uma crise que indica o fracasso da globalização neoliberal, com1Documento do Grito dos Excluídos, <strong>2010</strong>214<strong>Direitos</strong> huma<strong>no</strong>s.indd 21411/18/10 12:15:50 PM
Mi g r a ç õ e s, c r i s e e direitosgraves consequências sociais e ambientais para toda a humanidade. A crise põe em perigoa vida e sua produção, bem como a existência da humanidade e do planeta.As mudanças climáticas, resultado da degradação ambiental provocada pelo desenvolvimentocapitalista, é uma dura realidade. Carrega consigo transformações dramáticas<strong>no</strong>s ecossistemas e na vida de milhões de pessoas. O pa<strong>no</strong>rama pode ser ainda maiscatastrófico. Mares que se elevam, secas ou enchentes que serão devastadoras. Estudos jáindicam que, na metade do século atual, milhões de pessoas poderão estar fugindo dedesastres naturais em busca de locais mais seguros onde possam sobreviver. Poderá ser omaior processo migratório da história.Nas várias etapas do ciclo econômico mundial, há uma constante e sistemática violaçãode direitos huma<strong>no</strong>s de migrantes, refugiados e desplazados <strong>no</strong>s países de origem,trânsito e desti<strong>no</strong>.As migrações internacionais apresentam grandes desafios com relação à interculturalidade,multiculturalidade e construção de identidades. Não há e nem podem existirhierarquias entre as distintas culturas, mas, pelo contrário, relações de complementaridadee de solidariedade.Com o avanço da globalização, a abertura acelerada das eco<strong>no</strong>mias nacionais, desmantelamentoe privatização das estruturas estatais, a indústria do crime controla o aliciamento depessoas e o tráfico de migrantes, valorizando as suas atividades, produzindo <strong>no</strong>vas formas deescravidão, exploração humana e servidão <strong>no</strong>s diferentes fluxos migratórios mundiais.Encontro Cidades AbertasDando continuidade a uma iniciativa do FSMM, que realizou o primeiro encontroCidades Abertas em Rivas-Vaciamadri (Espanha/2008), foi realizado em Quito o II Fórumde Autoridades Locais. Na ocasião, pudemos repassar e debater com os prefeitos e outrasautoridades locais de diversos países as recomendações do Fórum Mundial das Migrações.Os participantes do fórum demandam às autoridades políticas públicas que garantam,aos imigrantes, acesso à saúde, educação, habitação, trabalho e seguridade humana.Demandam, também, a construção de cenários de coesão social, favorecendo as dimensõesda tolerância, integração e interculturalidade. Exigem a participação política plena,garantindo os direitos civis e políticos, que são a porta de entrada para a construção coletivade <strong>no</strong>ssas cidades; em particular, o direito de votar e de ser votado. Demandam, ainda,processos de educação local que impeçam o medo ao diferente – que, muitas vezes, consolidaos preconceitos e se convertem em práticas discriminatórias – e, finalmente, a desburocratizaçãodos serviços prestados aos imigrantes e que os mesmos sejam de qualidade.ConclusõesÉ necessária a construção de poderes locais, regionais, nacionais e mundiais, quepermitam, gradualmente, ir conquistando espaço na definição de agendas públicas, programase projetos.215<strong>Direitos</strong> huma<strong>no</strong>s.indd 21511/18/10 12:15:50 PM
- Page 1 and 2:
Direitos humanos.indd 111/18/10 12:
- Page 3 and 4:
Direitos Humanos no Brasil 2010Rela
- Page 5 and 6:
Direitos Humanos no Brasil 2010Rela
- Page 7 and 8:
ÍndicePrefácio...................
- Page 9 and 10:
Direitos de gays, lésbicas, bissex
- Page 11 and 12:
PrefácioA luta pela efetivação d
- Page 13 and 14:
Pre f á c i oSeja como for a próx
- Page 15 and 16:
IntroduçãoNo ano de 2010, o Relat
- Page 17 and 18:
In t ro d u ç ã oEm relação ao
- Page 19 and 20:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 21 and 22:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 23 and 24:
Direitos humanos.indd 2311/18/10 12
- Page 25:
A Rede Social comemora a vitória d
- Page 28 and 29:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 30 and 31:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 32 and 33:
Direitos humanos.indd 3211/18/10 12
- Page 34 and 35:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 36 and 37:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 38 and 39:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 40 and 41:
Direitos humanos.indd 4011/18/10 12
- Page 42 and 43:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 44 and 45:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 46 and 47:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 48 and 49:
Direitos humanos.indd 4811/18/10 12
- Page 50 and 51:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 52 and 53:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 54 and 55:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 56 and 57:
Direitos humanos.indd 5611/18/10 12
- Page 58 and 59:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 60 and 61:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 62 and 63:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 64 and 65:
Direitos humanos.indd 6411/18/10 12
- Page 66 and 67:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 68 and 69:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 70 and 71:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 72 and 73:
Direitos humanos.indd 7211/18/10 12
- Page 74 and 75:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 76 and 77:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 78 and 79:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 80 and 81:
Direitos humanos.indd 8011/18/10 12
- Page 82 and 83:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 84 and 85:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 86 and 87:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 88 and 89:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 90 and 91:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 92 and 93:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 94 and 95:
Direitos humanos.indd 9411/18/10 12
- Page 96 and 97:
Direitos humanos.indd 9611/18/10 12
- Page 98 and 99:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 100 and 101:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 102 and 103:
Direitos humanos.indd 10211/18/10 1
- Page 104 and 105:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 106 and 107:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 108 and 109:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 110 and 111:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 112 and 113:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 114 and 115:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 116 and 117:
Direitos humanos.indd 11611/18/10 1
- Page 118 and 119:
Direitos humanos.indd 11811/18/10 1
- Page 120 and 121:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 122 and 123:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 124 and 125:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 126 and 127:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 128 and 129:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 130 and 131:
Direitos humanos.indd 13011/18/10 1
- Page 132 and 133:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 134 and 135:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 136 and 137:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 138 and 139:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 140 and 141:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 142 and 143:
Direitos humanos.indd 14211/18/10 1
- Page 144 and 145:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 146 and 147:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 148 and 149:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 150 and 151:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 152 and 153:
Direitos humanos.indd 15211/18/10 1
- Page 154 and 155:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 156 and 157:
Direitos humanos.indd 15611/18/10 1
- Page 158 and 159:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 160 and 161:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 162 and 163:
Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 164 and 165: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 166 and 167: Direitos humanos.indd 16611/18/10 1
- Page 168 and 169: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 170 and 171: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 172 and 173: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 174 and 175: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 176 and 177: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 178 and 179: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 180 and 181: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 182 and 183: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 184 and 185: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 186 and 187: Direitos humanos.indd 18611/18/10 1
- Page 188 and 189: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 190 and 191: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 192 and 193: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 194 and 195: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 196 and 197: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 198 and 199: Direitos humanos.indd 19811/18/10 1
- Page 200 and 201: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 202 and 203: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 204 and 205: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 206 and 207: Direitos humanos.indd 20611/18/10 1
- Page 208 and 209: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 210 and 211: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 212 and 213: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i
- Page 216: Direitos Hu m a n o s n o Br a s i