relatório Direitos Humanos no Brasil 2010 - Fundação Heinrich Böll
relatório Direitos Humanos no Brasil 2010 - Fundação Heinrich Böll
relatório Direitos Humanos no Brasil 2010 - Fundação Heinrich Böll
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Um b a l a n ç o d a s a ç õ e s a f i r m a t i v a s p a r a afrodescendentes n o sistema d e e n s i n o brasileiroJá em relação ao número relativo de vagas oferecidas por curso através de reservas oucotas, os cinco maiores percentuais eram encontrados <strong>no</strong>s cursos de produção e processamento,com 14,3%; formação de professor e ciências da educação, com 12,6%; computação,com 11,5%; humanidades e letras, com 11,2%; e área da saúde (exceto medicina eodontologia), também com 11,2%.Analisando-se alguns cursos em específico, o percentual de vagas destinadas aos alu<strong>no</strong>scotistas foi de 8,6% <strong>no</strong>s cursos de odontologia; de 8,3% <strong>no</strong>s de engenharia e profissõescorrelatas; e de 8,1% <strong>no</strong>s de medicina e direito.Os três cursos que mais disponibilizaram vagas, em números totais, na forma dereservas ou cotas, destinadas especificamente para pretos e pardos e quilombolas, foram:formação de professor e ciências da educação (3.905 vagas); comércio e administração(1.538 vagas); e computação (969 vagas). Quando se observa o mesmo indicador em termosproporcionais, percebe-se, porém, que este é um tanto reduzido. Assim, em 2008, os trêscursos que ofereceram o maior percentual de vagas para pretos e pardos e residentes emcomunidades remanescentes de quilombos foram: produção e processamento (7,2%), proteçãoambiental (6,6%) e computação (5,6%).Quando se estuda algumas das carreiras mais prestigiadas, observa-se que o percentualde vagas destinadas para pretos e pardos e quilombolas se deram nas seguintesproporções: odontologia (3,7%), medicina (3,5%), direito (3,0%) e engenharia e profissõescorrelatas (2,5%).Outro dado importante diz respeito às IES que estabeleceram um sistema de bonificação<strong>no</strong> processo seletivo como mecanismo de ação afirmativa. Infelizmente, o Censoda Educação Superior 2008 não capta essa variável. Não obstante, doze IES públicasdo país ofereceram, em seu processo seletivo realizado <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2009, alguma formade bônus.Desse total, dois eram faculdades estaduais, oito eram universidades federais e duas,universidades estaduais. Todas elas ofereciam um bônus para alu<strong>no</strong>s oriundos da escolapública. Quatro delas (Fatec-SP, Famerp e UFMG, Unicamp) previam uma bonificaçãoextra para os candidatos que se declaravam afrodescendentes (e também indígenas, <strong>no</strong>caso da Famerp e Unicamp).Considerações finaisUm balanço sobre as ações do Ministério da Educação (MEC) <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s mais recentesindica que o tema da promoção das políticas de igualdade racial na área da educaçãoesteve longe de prioritário. Assim, um documento emitido pelo próprio IPEA (Institutode Pesquisa Econômica Aplicada), <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2008, já apontava as seguintes lacunas nessesentido 1 :1IPEA, Políticas sociais: acompanhamento e análise, nº 15.195<strong>Direitos</strong> huma<strong>no</strong>s.indd 19511/18/10 12:15:49 PM