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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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102subjetiva, <strong>de</strong>screve pintando a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cores mórbidas que l<strong>em</strong>bram a doença e o<strong>de</strong>scaso, a tristeza, <strong>de</strong>senhando uma cena impressionista com iluminação precária eamarelada, que impe<strong>de</strong> a visão perfeita (“prédios macilentos”; “tons d’inferno”).Ocorre o contraste da morte presente no urbano e o saudável no campo. A partirda oitava estrofe até o final da primeira seção o campo ganha enorme força. O eu-líricoapresenta na nona estrofe a gran<strong>de</strong>za e a força do campo, através da metáfora docasamento da natureza, on<strong>de</strong> tudo converge para o saudável, resultando a <strong>de</strong>cisão do pai<strong>de</strong> retornar à cida<strong>de</strong> só <strong>de</strong>pois das gran<strong>de</strong>s chuvas. No campo, o ar puro e a naturezafariam b<strong>em</strong> à saú<strong>de</strong> da família.Num ímpeto <strong>de</strong> seiva os arvoredos fartos,Numa opulenta fúria as novida<strong>de</strong>s todas,Como uma universal celebração <strong>de</strong> bodas,Amaram-se! E <strong>de</strong>pois houve soberbos partos.A segunda seção do po<strong>em</strong>a está subdividida <strong>em</strong> oito subseções marcadas porasteriscos. Os t<strong>em</strong>as são isolados, às vezes, cruzados como ocorre na primeira subseção,na primeira estrofe, no segundo verso, quando apresenta o campo na plenitu<strong>de</strong> dafartura e da clarida<strong>de</strong> da manhã.Que <strong>de</strong> fruta! E que fresca e t<strong>em</strong>porã,Nas duas boas quintas b<strong>em</strong> muradas,Em que o Sol, nos talhões e nas latadas,Bate <strong>de</strong> chapa, logo <strong>de</strong> manhã!Na décima estrofe, o eu-lírico compara o produto do campo à realida<strong>de</strong> dafamília, louvando sua criação, Que frugalida<strong>de</strong>s nós criamos! / Que torrão espontâneoque nós somos! Na décima sexta estrofe aponta para um probl<strong>em</strong>a natural – a estiag<strong>em</strong>que provoca a secura do rio: Seca o rio! Em três meses d’estiag<strong>em</strong>. Já na estrofe décimasegunda, o administrador tudo organiza: Contudo, nós não t<strong>em</strong>os na fazenda / N<strong>em</strong> umaplanta só <strong>de</strong> mero ornato!. Encerra a seção, enfatizando sua admiração e seu olhar aoque ocorre no campo:Finalmente, na fértil <strong>de</strong>pressão,Nada se vê que a nossa mão não regre:A florescência dum matriz alegreMostra um sinal – a frutificação!”

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