144Chorass<strong>em</strong> <strong>de</strong> resina as laranjeiras!Enegrecess<strong>em</strong> outras com ferrugens!As turvas cheias <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro, <strong>em</strong> vezDo nateiro sutil que fertiliza,Foss<strong>em</strong> a inundação que tudo pisa,No rebanho afogass<strong>em</strong> muita rês!Ah! Nesse caso pouco se per<strong>de</strong>ra,Pois isso tudo era um pequeno dano,À vista do cruel <strong>de</strong>stino humanoQue os <strong>de</strong>dos te fazia como cera!Era essa tísica <strong>em</strong> terceiro grau,Que vos enchia a todos <strong>de</strong> cuidado,Te curvava e te dava um ar aladoComo qu<strong>em</strong> vai voar dum mundo mau.Era <strong>de</strong>solação que inda nos mina(Porque o fastio é b<strong>em</strong> pior que a fome)Que a meu pai <strong>de</strong>u a curva que o consome,E a minha mãe cabelos <strong>de</strong> platina.Era a clorose, esse tr<strong>em</strong>endo mal,Que <strong>de</strong>sertou e que tornou funestaA nossa branca habitação <strong>em</strong> festaReverberando a luz meridional.Não <strong>de</strong>sej<strong>em</strong>os, - nós, os s<strong>em</strong> <strong>de</strong>feitos, -Que os tísicos pereçam! Má teoria,Se pelos meus o apuro principia,Se a Morte nos procura <strong>em</strong> nossos leitos!A mim mesmo, que tenho pretensãoDe ter saú<strong>de</strong>, a mim que adoro a pompaDas forças, po<strong>de</strong> ser que se me rompaUma artéria, e me mine uma lesão.Nós outros, teus irmãos, teus companheiros,Vamos abrindo um matagal <strong>de</strong> dores!E somos rijos como os serradores!E positivos como os engenheiros!Porém, hostis, sobressaltados, sós,Os homens arquitetam mil projetosDe vitória! E eu duvido que os meus netosMorram <strong>de</strong> velhos como os meus avós!Porque, parece, ou fortes ou velhacosSerão apenas os sobreviventes;E há pessoas sinceras e cl<strong>em</strong>entes,E troncos grossos com seus ramos fracos!
145E que fazer se a geração <strong>de</strong>cai!Se a seiva genealógica se gasta!Tudo <strong>em</strong>pobrece! Extingue-se uma casta!Morre o fiho primeiro <strong>de</strong> que o pai!Mas seja como for, tudo se senteDa tua ausência! Ah! como o ar nos falta,Ó flor cortada, susceptível, alta,Que assim secaste pr<strong>em</strong>aturamente!Eu eu <strong>de</strong> vezes tenho o <strong>de</strong>sparazerDe refletir no túmulo! E meditoNo eterno Incognocível infinito,Que as i<strong>de</strong>ias não po<strong>de</strong>m abranger!Como <strong>em</strong> Paul <strong>em</strong> que n<strong>em</strong> cresça a juncaSei dálmas estagnadas! Nós, absortos,T<strong>em</strong>os ainda o culto pelos Mortos,Esses ausentes que não voltam nunca!Nós ignoramos, s<strong>em</strong> religião,Ao rasgarmos caminho, a fé perdida,Se te v<strong>em</strong>os ao fim <strong>de</strong>sta avenidaOu essa horrível aniquilação!...E ó minha mártir, minha virg<strong>em</strong>, minhaInfeliz e celeste criatura,Tu l<strong>em</strong>bra-nos <strong>de</strong> longe a paz futura,No teu jazigo, como uma santinha!E enquanto a mim, és tu que substituisTodo o mistério, toda a santida<strong>de</strong>,Quando <strong>em</strong> busca do reino da verda<strong>de</strong>Eu ergo o meu olhar aos céus azuis!IIITínhamos nós voltado à capital maldita,Eu vinha <strong>de</strong> polir isto tranquilamente,Quando nos suce<strong>de</strong>u uma cruel <strong>de</strong>sdita,Pois um <strong>de</strong> nós caiu <strong>de</strong> súbito, doente.Uma tuberculose abria-lhe cavernas!Dá-me rebate ainda seu tossir profundo!E eu s<strong>em</strong>pre l<strong>em</strong>brarei, triste, as palavras ternas,Com que se <strong>de</strong>spediu <strong>de</strong> todos e do mundo!Pobre rapaz robusto e cheio <strong>de</strong> futuro!Não sei dum infortúnio imenso como o seu!Viu o seu fim chegar como um medonho muro,E, s<strong>em</strong> querer, aflito e atônito, morreu!Que sinto só <strong>de</strong>sdém pela literatura,E até <strong>de</strong>sprezo e esqueço os meus amados versos!
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Cesário diz-me muito: gostava de f
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