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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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77público mo<strong>de</strong>rno do século XIX registra o que é viver, material e espiritualmente, <strong>em</strong>um mundo que não chega a ser mo<strong>de</strong>rno por inteiro. Dessa dicotomia e da sensação <strong>de</strong>viver <strong>em</strong> dois mundos simultaneamente é que <strong>em</strong>erge e se <strong>de</strong>sdobra a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>rnismo e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização.A terceira fase refere-se ao século XX, quando o processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização seexpan<strong>de</strong> a ponto <strong>de</strong> abarcar virtualmente o mundo todo, e a cultura mundial domo<strong>de</strong>rnismo <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento atinge espetaculares triunfos na arte e no pensamento.Por outro lado, <strong>de</strong> acordo com Berman, à medida que se expan<strong>de</strong>, essa i<strong>de</strong>ia, o públicomo<strong>de</strong>rno se multiplica <strong>em</strong> uma multidão <strong>de</strong> fragmentos, que fala linguagensconfi<strong>de</strong>nciais; a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, concebida <strong>em</strong> inúmeros e fragmentárioscaminhos, per<strong>de</strong> muito <strong>de</strong> sua niti<strong>de</strong>z, ressonância e profundida<strong>de</strong> e isso arrasta suacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizar e dar sentido à vida das pessoas. Em consequência disso,encontramo-nos hoje <strong>em</strong> meio a uma era mo<strong>de</strong>rna que per<strong>de</strong>u contato com as raízes <strong>de</strong>sua própria mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.Cesário Ver<strong>de</strong> se encontra no período <strong>em</strong> que o hom<strong>em</strong> está dividido, pois elet<strong>em</strong> a experiência <strong>de</strong> viver nos dois mundos, como apontado por Berman (1986), ummundo que não é mo<strong>de</strong>rno por inteiro. Expressando-se por outras palavras, Joel Serrãose aproxima do pensamento <strong>de</strong> Berman <strong>em</strong> relação ao sentimento do eu lírico quandoele afirma: “O sentimento dum Oci<strong>de</strong>ntal é, pois, expressão <strong>de</strong>ssa vivênciacaracteristicamente citadina; é um momento <strong>de</strong> um conflito que v<strong>em</strong> <strong>de</strong> trás, e que setraduz agora pelo predomínio da experiência urbana e dos seus probl<strong>em</strong>as.” (SERRÃO,1961, p. 99).4.2 O SENTIMENTO DUM OCIDENTAL - o olhar <strong>de</strong> Cesário sobre a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>LisboaO po<strong>em</strong>a O Sentimento dum Oci<strong>de</strong>ntal 8 foi publicado pela primeira vez <strong>em</strong> 10 <strong>de</strong>junho <strong>de</strong> 1880, quando o poeta tinha 25 anos e pleno domínio do exercício poético. Deacordo com Higa (2010, p.205-206), a publicação ocorreu <strong>em</strong> um número extraordináriodo periódico portuense Jornal <strong>de</strong> Viagens, <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> ao tricentenário da morte <strong>de</strong>8 O texto completo está disponível na seção Anexos <strong>de</strong>ssa dissertação.

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