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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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64do mo<strong>de</strong>lo Aristotélico” (2001, p. 26). Assim, ao assumir o mo<strong>de</strong>lo aristotélico, ficouao mesmo t<strong>em</strong>po preso a ele e com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> justificar-se para legitimar.Para Cara, é comum abordar a poesia lírica e pensar <strong>em</strong> outros dois gêneros dapoesia, a épica e a dramática, com suas peculiarida<strong>de</strong>s. Cara (1989, p. 11) explica, nateoria tradicional dos gêneros, que poesia lírica, dramática e épica manifestam-se pelavoz. No gênero lírico, o po<strong>em</strong>a é <strong>em</strong> primeira pessoa ou primeira voz; o gênero épicopossui a voz do narrador que conta alguma coisa para alguém; o gênero dramático é oteatro <strong>em</strong> versos e a voz pertence ao eu ou aos personagens. Para Emil Staiger (1997,p. 161), o po<strong>em</strong>a não é necessariamente lírico. Ele po<strong>de</strong> apresentar outros traços quenão são da lírica, porém, a mistura ou a participação <strong>em</strong> menor ou <strong>em</strong> maior escala <strong>de</strong>características <strong>de</strong> um gênero no outro não prejudica a obra.Sendo o verso um dos traços marcantes da poesia, Wolfgang Kayser ensina que“O verso é uma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma, própria exclusivamente <strong>de</strong> uma parte das obrasliterárias, ou seja, da chamada poesia (1976, p. 105). E apresenta também uma <strong>de</strong>finiçãogeral do verso: “O verso faz <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s menores articulatórias (as sílabas)uma unida<strong>de</strong> or<strong>de</strong>nada. Esta unida<strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>-se a si mesma, isto é, exige umacontinuação correspon<strong>de</strong>nte.” (Kayser, 1976, p. 82). Sendo pertencente à poesia,sozinho po<strong>de</strong> <strong>em</strong>ocionar, levar à reflexão, mas, por sua <strong>de</strong>finição constitui-se o principalel<strong>em</strong>ento na leitura da po<strong>em</strong>a.Stalloni salienta que a poesia não se constitui <strong>em</strong> um gênero. Na Poética <strong>de</strong>Aristóteles é “uma forma original que seria, <strong>em</strong> simetria com a narração ou com teatro,algo <strong>de</strong> equivalente à ‘poesia’, no sentido mo<strong>de</strong>rno da palavra.” (STALLONI, 2001, p.129). Essa dificulda<strong>de</strong> é confirmada a propósito <strong>de</strong> três critérios que, segundo o autor,po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>finir a estética da poesia e do lírico: a utilização do verso, o papel dasubjetivida<strong>de</strong> e a relação à ficção. Em suma, o primeiro critério é o do verso nãogarantindo que um texto pertence a um gênero; o segundo critério é o <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>,enquadrando-se o po<strong>em</strong>a não mimético pautado pela impressão retirada do mundo efiltrada pelo poeta, que fica caracterizado como lirismo. Esta subjetivida<strong>de</strong>, paraStallonni, apresenta três vertentes: forma lírica é a formada consigo mesmo, forma épicaé a imag<strong>em</strong> intermediária do poeta com os outros e a forma dramática é marcada pelasua relação imediata com os outros. O terceiro critério <strong>de</strong> não-ficção, mesmo quando o

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