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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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145E que fazer se a geração <strong>de</strong>cai!Se a seiva genealógica se gasta!Tudo <strong>em</strong>pobrece! Extingue-se uma casta!Morre o fiho primeiro <strong>de</strong> que o pai!Mas seja como for, tudo se senteDa tua ausência! Ah! como o ar nos falta,Ó flor cortada, susceptível, alta,Que assim secaste pr<strong>em</strong>aturamente!Eu eu <strong>de</strong> vezes tenho o <strong>de</strong>sparazerDe refletir no túmulo! E meditoNo eterno Incognocível infinito,Que as i<strong>de</strong>ias não po<strong>de</strong>m abranger!Como <strong>em</strong> Paul <strong>em</strong> que n<strong>em</strong> cresça a juncaSei dálmas estagnadas! Nós, absortos,T<strong>em</strong>os ainda o culto pelos Mortos,Esses ausentes que não voltam nunca!Nós ignoramos, s<strong>em</strong> religião,Ao rasgarmos caminho, a fé perdida,Se te v<strong>em</strong>os ao fim <strong>de</strong>sta avenidaOu essa horrível aniquilação!...E ó minha mártir, minha virg<strong>em</strong>, minhaInfeliz e celeste criatura,Tu l<strong>em</strong>bra-nos <strong>de</strong> longe a paz futura,No teu jazigo, como uma santinha!E enquanto a mim, és tu que substituisTodo o mistério, toda a santida<strong>de</strong>,Quando <strong>em</strong> busca do reino da verda<strong>de</strong>Eu ergo o meu olhar aos céus azuis!IIITínhamos nós voltado à capital maldita,Eu vinha <strong>de</strong> polir isto tranquilamente,Quando nos suce<strong>de</strong>u uma cruel <strong>de</strong>sdita,Pois um <strong>de</strong> nós caiu <strong>de</strong> súbito, doente.Uma tuberculose abria-lhe cavernas!Dá-me rebate ainda seu tossir profundo!E eu s<strong>em</strong>pre l<strong>em</strong>brarei, triste, as palavras ternas,Com que se <strong>de</strong>spediu <strong>de</strong> todos e do mundo!Pobre rapaz robusto e cheio <strong>de</strong> futuro!Não sei dum infortúnio imenso como o seu!Viu o seu fim chegar como um medonho muro,E, s<strong>em</strong> querer, aflito e atônito, morreu!Que sinto só <strong>de</strong>sdém pela literatura,E até <strong>de</strong>sprezo e esqueço os meus amados versos!

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