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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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54Classes Laboriosas, <strong>em</strong> 1852, que “doravante lhe servirá <strong>de</strong> eixo principal, até aGeração <strong>de</strong> 70 lhe dar novo âmbito.” (SARAIVA e LOPES, 1982, p. 814).Naquele período surge o primeiro grupo socialista formado <strong>em</strong> sua maioria porengenheiros, <strong>de</strong>stacando-se Henrique Nogueira e sua obra Estudos sobre a Reforma <strong>em</strong>Portugal (1851), precursor dos doutrinários <strong>de</strong> 1870, Antero <strong>de</strong> Quental e Teófilo Braga.Alguns diferenciais também ocorr<strong>em</strong> na literatura como po<strong>em</strong>as com t<strong>em</strong>as libertário ehumanitário, os dramaturgos <strong>de</strong> tese social, os romancistas da actualida<strong>de</strong>, os críticosque advogam o realismo na literatura. Todo esse panorama vai culminar na literaturainovadora da Geração <strong>de</strong> 70.A Geração <strong>de</strong> 70 encontra uma situação organizada e o liberalismo estáconsolidado, b<strong>em</strong> como as instituições parlamentares funcionam regularmente. Ocorre acomunicação com o exterior no nível econômico, técnico e cultural. Enquanto osprimeiros românticos gastavam energia contra uma cultura clérico-aristocrática a favor<strong>de</strong> uma cultura laica, burguesa, naquele momento já se encontra um gran<strong>de</strong> públicoalfabetizado. Mas, <strong>em</strong> contrapartida, a vida no campo, as novas instituiçõestecnológicas, econômicas e sociais estavam estagnadas. A Geração <strong>de</strong> 70 t<strong>em</strong> aconsciência do atraso <strong>de</strong> Portugal <strong>em</strong> relação aos <strong>de</strong>mais países europeus. Antero <strong>de</strong>Quental, Eça <strong>de</strong> Queirós e Teófilo Braga acompanham o <strong>de</strong>senvolvimento da Europa e asocieda<strong>de</strong> on<strong>de</strong> estavam inseridos.Na Europa são vistas as manifestações que provocam mudanças <strong>em</strong> seuspaíses. Na França, <strong>em</strong> 1871, a Comuna <strong>de</strong> Paris apresenta alguns episódios que afetam o<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> outros países da Europa. Nos últimos dois anos da década <strong>de</strong> 1860, ocorr<strong>em</strong>as crises como a do segundo Império na França e a obra Châtiments, <strong>de</strong> Victor Hugo,t<strong>em</strong>, no período, uma forte ressonância literária. Na Itália houve campanha pela suaunificação e um ataque ao Papado. Algumas manifestações sangrentas na Irlanda contraos ocupantes ingleses e na Polônia contra o czarismo. Há o levantamento <strong>de</strong> heróisliterários como o Michelet <strong>de</strong> Victor Hugo; Gambetta, chefe do radicalismo francês, eGaribaldi, herói romântico por excelência. Nesse contexto, a sorte <strong>de</strong> Portugal <strong>de</strong>pendiada Europa.São apontados por Saraiva e Lopes (1982) dois fatores que diferenciam asegunda geração romântica da primeira, sendo o primeiro um posicionamento cético e

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